Desde o lançamento de 13 Reasons Why (2017 – 2020), a Netflix tem sido questionada sobre o possível impacto negativo da série que discute bullying, depressão e suicídio entre adolescentes. A história sombria seria capaz de encorajar as pessoas a tomarem a mesma decisão da protagonista? Ela estaria romantizando o suicídio, ou trazendo visões equivocadas a respeito da saúde mental?
Agora, surgem dados mais concretos para discutir a influência da série, para além de meras especulações. O Center of Scholars and Storytellers, grupo de análise sobre impacto de mídia e conteúdos audiovisuais da UCLA, conduziu um estudo com 157 adolescentes para compreender a repercussão desta história. A principal descoberta diz respeito ao interesse dos espectadores pelo tema: longe de influenciar o público diretamente a tomar qualquer atitude, a série suscitou forte curiosidade em pesquisar sobre o assunto.
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Yalda Uhls, diretora executiva do projeto, explica: “Nossa pesquisa mostra que, quando adolescentes assistem a programas de televisão retratando conflitos associados a doenças mentais, eles estão mais propensos a debater o tema com colegas, pais e namorados”. 92% dos jovens avaliados procuraram mais informações sobre suicídio, depressão e bullying na Internet após assistirem às temporadas da série.
Os pesquisadores avaliaram 1,29 milhão de menções à série no Twitter, notando o engajamento particularmente alto quando os atores e criadores de 13 Reasons Why publicaram estudos relacionados a doenças mentais. O estudo também comprova um crescimento na taxa de ansiedade severa e depressão entre adolescentes de 11 a 17 anos, mesmo antes da pandemia de Covid-19. Em paralelo, aponta uma taxa de 45% de universitários que ainda percebem estigmas contra vítimas de doenças mentais na sociedade.
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