O terceiro dia de programação da 16ª CineBH – Mostra Internacional de Cinema de Belo Horizonte aposta em olhares pouco comuns nas telas nacionais. Essa frequência rara por aqui de produções vindas dos nossos países vizinhos é uma das maiores lástimas da formação audiovisual do espectador brasileiro, visto que a proximidade geográfica teria tudo para privilegiar esse tipo de contato que, pelo contrário, acaba sendo negligenciado por distribuidores e exibidores. O evento que está acontecendo até o dia 25 de setembro na capital mineira não restringe suas atividades a apenas abrir janelas – há também bastante espaço para encontros, debates e discussões que visem incentivar esse intercâmbio.
Esse entendimento do Brasil como parte de um continente muito maior está no workshop “Coprodução Internacional”, que tem início a partir das 11h dessa quinta, 22, na Casa da Mostra, com as participações da convidada Sophie Erbs, produtora da francesa Cinéma Defacto, e da mediadora Séverine Roinssard, produtora da Parati Films e colaboradora Brasil Cinemundi – França. Os principais aspectos para coproduzir cinematograficamente em nível internacional será o tema da conversa entre elas e os presentes. Ainda hoje, com início às 17h, o Cinemundi Lab abrirá espaço para o debate “Mercado Documentário Internacional – O Espaço de Conteúdo Brasileiro no Exterior”, com os convidados Ana Alice de Morais, programadora da RIDM Canadá, Davide Oberto, programador e tutor do Museo Internazionale del Cinema (Itália), Flor Rubina, diretora executiva CCDoc Chile, e Luis González, diretor executivo DocMontevideo/DocSP (Uruguai). A mediação será de Lila Foster, colaboradora Brasil Cinemundi.
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As atrações de hoje na tela grande também favorecem essa reflexão: nada menos do que seis longas em exibição nessa quinta-feira, em diferentes espaços por Belo Horizonte, tem como origem países latino-americanos. No Cine Humberto Mauro, no Palácio das Artes, tem início às 14h30 o boliviano Como Dói Ser Povo (2022), de Hugo Roncal, que acompanha um funcionário da Estrada de Ferro Oruro que abandona tudo para tentar a vida em minas de escavação. Já às 16h30, no Una Cine Belas Artes, Eu e as Bestas (2021), de Nico Mazano, é uma comédia da Venezuela sobre um guitarrista de uma banda de rock alternativo que busca inspiração em meio à crise que assola o país. No mesmo local segue com o equatoriano Ao Oriente (2021), de José Maria Avilés, a partir das 18h30, e com a animação colombiana A Outra Forma (2022), de Diego Guzmán, às 20h30. Na Sala de Cinema do Minas Tênis Clube, duas outras opções: às 17h30 será a vez de Uma Névoa que Desaparece (2021), de Augusto Sandino, drama que vem da Colômbia, enquanto que às 19h30 começa Pasajeras (2021), de Fran Rebelatto, coprodução entre Brasil e Paraguai.
Dois longas brasileiros são as ofertas “fora da curva” de hoje na 16ª CineBH. A comédia popular Maria do Caritó (2019), de João Paulo Jabur, com Lilia Cabral, será projetada na Mostra Praça, na Praça da Liberdade, às 19h30. No mesmo horário, no Cine Humberto Mauro, o inédito O Clube dos Anjos, de Ângelo Defanti, terá sessão de pré-estreia com a presença do diretor. Baseado no romance de Luis Fernando Veríssimo, essa comédia dramática tem no elenco nomes como Otávio Müller, Matheus Nachtergaele, Paulo Miklos, Marco Ricca, Augusto Madeira, André Abujamra, César Mello e Angelo Antonio. Selecionado para a mostra competitiva do último Festival de Cinema de Gramado, deve chegar em breve aos cinemas nacionais. O Papo de Cinema está presente em Belo Horizonte acompanhando de perto a programação da 16ª CineBH. Fiquem ligados!
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