16º Festival de Cinema Italiano :: Destaque às mulheres na direção

Quando estudamos a história do cinema italiano, são inúmeros os nomes incontornáveis. A maioria deles é de homens. Não que as mulheres inexistissem nesse contexto, pelo contrário, mas a disparidade é sintomática de uma subrepresentatividade que acontecia não apenas no país Europeu, mas no mundo todo. Por isso é tão importante a reivindicação por uma maior participação de mulheres em cargos decisivos, criativos e artísticos na cadeia cinematográfica. O 16º Festival de Cinema Italiano, que está acontecendo atualmente online (de 05 de novembro e 05 de dezembro) e presencialmente (de 05 e 12 de novembro), traz em sua seleção de filmes inéditos um exemplar que está entre as joias da coroa do evento. Blackout Love (2021), de Francesca Marino, é uma comédia mordaz que tem como protagonista a jovem Valeria (Anna Foglietta). A moça tem uma vida planejada minuciosamente e troca de parceiros sem qualquer problema. No entanto, quando o único homem que rompeu sua casca de proteção volta para assombrá-la, ela pensa se talvez não é chegada a hora da vingança. O filme já foi exibido na versão presencial, mas ainda está disponível na versão online, em cartaz no site oficial do evento (que pode ser acessado aqui).

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Já dentro da mostra As mais belas trilhas sonoras do cinema italiano (exclusividade do online), retrospectiva que possibilita ao público uma revisita a filmes que contam com as partituras de grandes compositores, o 16º Festival de Cinema Italiano conta com duas pérolas dirigidas pela grande Lina Wertmüller: Mimi, o Metalúrgico (1972) e Amor e Anarquia (1973). Aliás, Lina foi a primeira mulher indicada ao Oscar de Melhor Direção, por Pasqualino Sete Belezas (1975). Infelizmente ela não venceu e demorou muito tempo até que outra mulher alcançasse esse lugar, mas se trata de uma marca e tanto. Ainda dentro da mostra online retrospectiva do evento, também está disponível o ótimo Histórias de Amor Que Não Pertencem a Este Mundo (2017), de Francesca Comencini, exemplar já mais recente de uma leva de filmes dirigidos por mulheres que vêm ajudando a diversificar o cinema feito na Itália.

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Marcelo Müller

Jornalista, professor e crítico de cinema membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema,). Ministrou cursos na Escola de Cinema Darcy Ribeiro/RJ, na Academia Internacional de Cinema/RJ e em diversas unidades Sesc/RJ. Participou como autor dos livros "100 Melhores Filmes Brasileiros" (2016), "Documentários Brasileiros – 100 filmes Essenciais" (2017), "Animação Brasileira – 100 Filmes Essenciais" (2018) e “Cinema Fantástico Brasileiro: 100 Filmes Essenciais” (2024). Editor do Papo de Cinema.

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