A quinta-feira, 24, foi marcada na 22ª Mostra de Tiradentes por importantes debates acerca de identidade racial, representatividade, preconceito e estética negra. Nas mesas denominadas Encontros com os Filmes, nas quais o foco é a discussão dos exemplares exibidos no dia anterior, o destaque ficou por conta da participação de Isabel Casimira Gasparino, codiretora de A Rainha Nzinga Chegou: “Quando digo que tudo é para todo mundo, é porque é. O caminho é longo, mas ele é nosso também, e uma hora ele chega”, disse ela, que mencionou a emoção de colocar seu filme em discussão na telona de Tiradentes, especialmente por ele contemplar heranças e ritos africanos transmitidos no âmbito familiar. Junia Torres, a outra diretora do longa, afirmou: “Ir ao Congo foi um renascimento e uma reafirmação de que tudo que eu tinha aprendido sobre meus antepassados era verdadeiro”.

LEIA MAIS
22ª Mostra de Tiradentes :: O olhar estrangeiro e a importância do festival
22ª Mostra de Tiradentes :: Debates sobre diversidade e ações de inclusão
22ª Mostra de Tiradentes :: Especialistas destacam diálogo entre as artes

As conversas em torno dos curtas-metragens também contribuíram bastante para essa discussão das questões raciais, especialmente sobre a presença de negros na realização de filmes. Diego Paulino, diretor de Negrum3, foi o mais questionado durante o bate-papo, por conta de sua abordagem irreverente e poderosa, que ele define como “um ensaio sobre negritude, viadagem e aspirações espaciais dos filhos da diáspora”.

À tarde houve uma mesa chamada Estratégias de festivais internacionais e a visão de programadores sobre o cinema brasileiro, que contou com curadores e programadores de eventos com os festivais de Veneza, de Cannes e Locarno. Diego Lerer, delegado da Quinzena dos Realizadores (Cannes), afirmou a leitura de críticas pertinentes é importante na prospecção, mas há de se ter cuidado com a definição de cânones ou estilos muito específicos que possam eventualmente esconder outros filmes não comentados.

À noite foi a vez da exibição, na Cine-Tenda, de Parque Oeste, de Fabiana Assis, dentro da Mostra Olhos Livres; de Desvio, de Arthur Lins, e Vermelha, de Getúlio Ribeiro, ambos integrantes da Mostra Aurora. Na praça, houve sessão de Meu Nome é Daniel, com posterior debate com o realizador Daniel Gonçalves.

Fique ligado no Papo de Cinema para saber tudo sobre a 22ª Mostra de Tiradentes.

(Fonte: ETC Comunicação)

As duas abas seguintes alteram o conteúdo abaixo.
avatar

avatar

Últimos artigos de (Ver Tudo)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *