A homenagem à atriz e dramaturga Grace Passô marcou o início da 22ª Mostra de Tiradentes nesta sexta-feira, 18. Trechos de entrevistas concedidas por ela entre 2005 e 2018 foram compilados no clipe especialmente montado para anteceder a entrega do Troféu Barroco. Acompanhada da mãe, Valdete Lino Paes Souza, Grace foi ovacionada pelas centenas de pessoas que lotaram o Cine-Tenda. “Nunca recebi uma homenagem dessa dimensão. Do fundo do coração, espero que muitas e muitos de vocês estejam se sentindo também homenageados com a minha presença aqui”, disse.

A noite da sexta também teve a estreia do novo passo de Grace no cinema, seu debute como diretora. Antes da exibição de Vaga Carne, filme dirigido a quatro mãos com o amigo Ricardo Alves Jr., houve uma performance da multiartista, comandada por Grazi Medrado e Chico de Paula. Música, dança e movimento, no que foi definido como uma “narrativa dramatúrgica”, traçaram paralelos com a situação econômica e social do Brasil. Quanto à Vaga Carne, nosso editor-chefe, Robledo Milani, que está em Tiradentes cobrindo o festival, disse que no filme, Grace Passô “…é voz e é corpo. São duas personagens, por vezes em conflito, no mais do tempo em acordo” – confira a crítica completa do filme aqui.

Crédito: Leo Lara

Já no sábado, 19, aconteceu o primeiro dia de debates da 22ª Mostra de Tiradentes. No Cine-Teatro Sesi, as discussões ocorreram principalmente em torno da temática central desta edição, Corpos Adiante, e das impressões sobre Vaga Carne, filme que abriu a programação. Ao falar da produção, Grace Passô mencionou a amizade de muitos anos com Ricardo Alves Jr., a vontade de criarem juntos, que já datava de algum tempo, e os diálogos possíveis entre teatro e cinema. “O Daniel Veronese (diretor argentino) diz que não existe realismo no teatro e que o tema de toda peça, em primeiro lugar, é a presença, a relação, algo que estará sempre acima da ficção. O cinema é diferente: nele existem códigos já estabelecidos que nos colocam em determinados lugares. O teatro é uma arena, você está lá com o ator, com a atriz. O cinema depende de um maquinário, de algumas tecnologias, que servem para te colocar ali dentro”.   

Grace também agraciou os presentes com uma performance inédita chamada Grão da Imagem, na qual ofereceu à tenda lotada palavras e músicas, desafiando os presentes a identificar vários filmes por meio de uma única cena descrita.

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No domingo, 20, houve a abertura da Mostra Olhos Livres com a pré-estreia mundial do longa-metragem Tragam-me a Cabeça de Carmen M., de Catarina Wallenstein e Felipe Bragança. Segundo Robledo, “O resultado instiga, ainda que por vezes entregue um discurso por demais hermético, que ao invés de convidar à reflexão termina por, infelizmente, afastar o receptor.” – confira a crítica completa clicando aqui. Também foram apresentados dois longas-metragens que já circularam por alguns festivais em 2018. No Cine-Tenda foi exibido Inferninho, de Guto Parente e Pedro Diógenes, e no Cine-Praça, o documentário Clementina, de Ana Riper, cineasta que na sequência conversou com os presentes.

Fique ligado no Papo de Cinema para saber tudo sobre a 22ª Mostra de Tiradentes.

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