Na manhã desta terça-feira, 23, foram anunciados os filmes que compõem a 26ª edição do É Tudo Verdade – Festival Internacional de Documentários. Pelo segundo ano consecutivo, o evento será realizado em formato online, em adequação à pandemia de coronavírus. Segundo Amir Labaki, diretor-fundador do festival, o cinema representa neste momento um “remédio para a alma”:
“Nunca ficou tão claro para todo mundo o quanto a cultura é fundamental para o nosso cotidiano. É isso que nos empurra a fazer o festival”. Após o sucesso da edição 2020, dividida em duas etapas, Labaki declara: “Estamos cumprindo uma função gigantesca”. Eduardo Saron, diretor do Itaú Cultural, complementa:
“A economia criativa e da cultura foi a primeira a parar, e deve ser a última a voltar por completo. No entanto, nunca fomos tão necessários”. Ele defende o cinema enquanto ferramenta de resistência, comemorando o “sucesso do conhecimento e do humanismo em tempos tão complexos”. Eles estavam acompanhados por André Saddy, representante do Canal Brasil (em seu primeiro ano de parceria com o É Tudo Verdade), e por Viviane Ferreira, nova presidenta do Spcine.
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Labaki comemorou a posse recente da cineasta e gestora cultura à frente da instituição, afirmando que Ferreira representa uma “liderança forte para ajudar a produção, distribuição e exibição do cinema brasileiro, e do documentário também”.
O 26º É Tudo Verdade traz 69 filmes de 23 países diferentes. A sessão de abertura apresenta o documentário de animação Fuga, o primeiro do gênero a vencer o Festival de Sundance, enquanto a conclusão fica com o brasileiro A Última Floresta, dirigido por Luiz Bolognesi e produzido pela Gullane Filmes e Buriti Filmes. O projeto sobre a comunidade Yanomami representou o país no último Festival de Berlim.
Entre os demais destaques, a mostra competitiva brasileira de longas-metragens traz o aguardado Alvorada, retrato sobre o golpe contra Dilma Rousseff pelos olhos de Anna Muylaert e Lô Politi, além dos novos trabalhos dos veteranos Eryk Rocha, Joel Pizzini e Ricardo Calil. Entre os curtas, destaque para Yãokwa: Imagem e Memória, dirigido por Vincent Carelli e Rita Carelli.
O festival também traz retrospectivas da obra de Chris Marker e de Ruy Guerra, além de documentários tendo Caetano Veloso como personagem principal. Os vencedores serão anunciados no dia 18 de abril, em cerimônia presencial (para “devolver o cinema ao espaço que é do cinema: as salas”, segundo Labaki), seguida de debate com os realizadores premiados no dia 19, e reprise dos títulos vencedores no dia 20.
Confira a lista de filmes selecionados:
Filme de abertura
Fuga, de Jonas Poher Rasmussen
Competição: Longas e Médias-metragens Brasileiros
Alvorada, de Anna Muylaert e Lô Politi
Os Arrependidos, de Armando Antenore e Ricardo Calil
Dois Tempos, de Pablo Francischelli
Edna, de Eryk Rocha
Máquina do Desejo: Os 60 Anos do Teatro Oficina, de Lucas Weglinski e Joaquim Castro
Paulo César Pinheiro: Letra e Alma, de Cleisson Vidal e Andrea Prates
Zimba, de Joel Pizzini
Competição: Longas e Médias-metragens Internacionais
9 Dias em Raqqa, de Xavier de Lauzanne
Eu e o Líder da Seita, de Atsushi Sakahara
Glória à Rainha, de Tatia Skhirtladze
Gorbachev.Céu, de Vitaly Mansky
História de um Olhar, de Mariana Otero
Leonie, Atriz e Espiã, de Annette Apon
Mil Cortes, de Ramona S. Diaz
MLK/FBI, de Sam Pollard
Paraíso, de Sérgio Tréfaut
Presidente, de Camilla Nielsson
Sob Total Controle, de Alex Gibney, Ophelia Harutyunyan e Suzanne Hillinger
Vicenta, de Dario Doria
Competição: Curtas-metragens Brasileiros
Cartas de Brasília, de Larissa Leite
Coleção Preciosa, de Rayssa Fernandes Coelho, Filipe Gama
João por Inez, de Bebeto Abrantes
O Karaokê de Isadora, de Thiago B. Mendonça
Review, de Tyrell Spencer
Sem Título #7 Rara, de Carlos Adriano
Ser Feliz no Vão, de Lucas H. Rossi dos Santos
A Vida que Eu Sonhava Ter, de Eliane Scardovelli Pereira
Yãokwa: Imagem e Memória, de Vincent Carelli e Rita Carelli
Competição: Curtas-metragens Internacionais
Uma Cidade e uma Mulher, de Nicolas Khoury
E14, de Peiman Zekavat
A Montanha Lembra?, de Delfina Carlota Vazquez
Um Pai que Você Nunca Teve, de Dominika Lapka
Num Piscar de Olhos, de Jorge Moneo Quintana
Projetando a Utopia, de Catarina de Sousa e Nick Tyson
Quando o Mar Manda uma Floresta, de Guangli Liu
Sequência de Lacunas sem Nome, de Vika Kirchenbauer
Terapia Deepfake, de Roshan Nejal
Foco Latino-Americano
Cantos de Repressão, de Marianne Hougen-Moraga e Estephan Wagner
Cinemas de Bairro, de Wari Gálvez
Sexo e Revolução, de Ernesto Ardito
Sessões Especiais
Charlie Chaplin, o Gênio da Liberdade, de Yves Jeuland
O Dissidente, de Bryan Fogel
Evento de TV, de Jeff Daniels
O Monopólio da Violência, de David Dufresne
Zappa, de Alex Winter
O Estado das Coisas
2020, de Hernán Zin
Golpe de Ouro, de Chaim Litewski
Okinawa/Santos, de Yoju Matsubayashi
Paul Singer, uma Utopia Militante, de Ugo Giorgetti
Tio Tommy: O Homem que Fundou a Newsweek, de Loli Menezes
Marker, 100
Sem Sol, de Chris Marker
Carta da Sibéria, de Chris Marker
A Solidão do Cantor, de Chris Marker
Paris 1900, de Nicole Védrès
Chris Marker: Nunca se Explique, Nunca se Desculpe, de Jean-Marie Barbe e Arnaud Lambert
Homenagem a Ruy Guerra
Os Comprometidos: Actas de um Processo de Descolonização (1984), de Ruy Guerra
O Homem que Matou John Wayne, de Bruno Laet e Diogo Oliveira
Mueda: Memória e Massacre, de Ruy Guerra
Caetano.Doc
Canções do Exílio, de Geneton Moraes Neto
Coração Vagabundo, de Fernando Grostein
Doces Bárbaros, de Jom Tob Azulay
Narciso em Férias, de Ricardo Calil e Renato Terra
Rogério Duarte: O Tropikaoslista, de José Walter Lima
O Sol: Caminhando contra o Vento, de Tetê Moraes e Martha Alencar
Torquato Neto: Todas as Horas do Fim, de Eduardo Ades e Marcus Fernando
Tropicália, de Marcelo Machado
Uma Noite em 67, de Renato Terra e Ricardo Calil
Filme de encerramento
A Última Floresta, de Luiz Bolognesi
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