A 27ª Mostra de Cinema de Tiradentes teve uma atividade de altíssimo nível neste sábado, 20. Nas lotadas dependências do Cine-Teatro Aymoré foi realizado o fórum Cultura e Democracia: O Audiovisual na Afirmação da Soberania Nacional. O evento contou com as presenças de Eliane Parreiras, secretária Municipal de Cultura de Belo Horizonte e presidente do Fórum Nacional de Secretários e Gestores de Cultura das Capitais e Municípios Associados; Emmanuel Lenain, embaixador da França no Brasil; Fabrício Noronha, secretário de Estado de Cultura do Espírito Santo e presidente do Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes Estaduais de Cultura; Jarbas Soares Júnior, procurador-geral do Ministério Público do estado de Minas Gerais; Pablo Soares Pires (Dom Black), assessor do Audiovisual da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais; Joelma Gonzaga, secretária Nacional do Audiovisual do Ministério da Cultura; Margareth Menezes, ministra da Cultura. A medição ficou por conta de Debora Ivanov, coordenadora executiva do 2º Fórum de Tiradentes e + Mulheres.
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Depois de quatro anos de um governo federal liderado por Jair Bolsonaro, pautado por sistemáticos ataques ao setor cultural, foi revigorante acompanhar os presentes no seminário discutindo o primeiro ano do governo Lula e uma considerável retomada do incentivo estatal à produção audiovisual. A fala das autoridades presentes refletiu um misto de comemoração pelos resultados expressivos alcançados nesse pouco mais de um ano e a seriedade diante dos enormes desafios para valorizar a cultura em seus mais diversos espectros: da relevância para a construção do imaginário e manutenção da História de um povo ao enorme impacto do setor criativo à economia do país. Todos os participantes tiveram espaço para se manifestar, contribuindo para o entendimento do panorama dessa espécie de retomada do audiovisual. Por sua vez, o embaixador da França no Brasil forneceu números importantes a respeito da regulamentação do streaming em seu país, citado mais tarde na conversa pela ministra Margareth como exemplo a ser seguido nas atuais discussões das leis do setor no nosso país.
Uma das coisas que mais sobressaiu no conjunto dessa atividade foram os discursos de valorização da cultura como um pilar da democracia e da afirmação da soberania nacional. Foi discutida a importância do investimento em fomento à produção, mas também a urgência de criar telas para dar vazão à produção que continua tendo dificuldades na disputa de espaço com os concorrentes internacionais. Joelma falou de alguns números da Secretaria do Audiovisual, brincou com as negociações árduas e necessárias na câmera dos deputados federais e citou as estratégias para driblar o sucateamento dos aparelhos culturais, realidade que precisou ser contornada enquanto políticas emergenciais eram colocadas em prática para amparar o segmento. A atividade foi finalizada com a fala contundente da ministra Margareth Menezes sobre a importância que o Ministério da Cultura atribui ao audiovisual, a urgência de regulamentar o streaming para dar mais subsídios aos produtores locais, num tipo de manifestação oficial que é um alento para quem viveu anos de tanto ataque oficial à cultura e aos artistas.
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