Foi dado o pontapé inicial no Festival de Cinema de Vitória. A primeira noite da 29ª edição foi bem recebida pelos capixabas. Nessa segunda-feira, 19, foram projetados cinco curtas-metragens e um longa (que finalizou a sessão) no Teatro Glória (Centro Cultural Sesc Glória), na capital do Espírito Santo. E, se enquanto os primeiros filmes mostraram uma grande pluralidade de temas e linguagens, que provocaram do riso ao olhar curioso, o drama A Mãe (2022), que encerrou o dia de festa do cinema nacional, motivou lágrimas e aplausos efusivos. Segue o fio!
As primeiras produções fizeram o papel de aquecimento. Marés, de Thaís Helena Leite, apresentou relatos de pescadores que misturaram histórias ingênuas e estimulantes sobre a vida dos trabalhadores do mar com preocupações com o meio ambiente. De forma leve, suscitou diversas reflexões. Num tom experimental, Kikazaru, de Matheus Cabral, Noites em Pandemia, de Ricardo Sá, e Makumba, de Emerson Evêncio, também garantiram seu espaço. Entretanto, o título de curta destaque foi para Latasha. Assinado por Alex Buck, seu enredo transita pelo real e o fantástico, apresentando uma família situada numa distopia. Essa família é formada por um casal de humanos, a entidade na forma de menina e o divertido fantoche de gato que gerou diversas gargalhadas dos presentes.
Após a 11ª Mostra Foco Capixaba, chegou o esperado momento da 12ª Mostra Competitiva Nacional de Longas. No palco, o diretor Cristiano Burlan e a protagonista Marcélia Cartaxo falaram brevemente antes da projeção. Exclusivamente ao Papo, Marcélia comentou a trama de A Mãe (2022). “Esse ano a pegada é mais dramática. Esse filme é um exemplo de diversas histórias que não são contadas. Trata-se de uma mãe que perde praticamente seu único motivo de estar viva. Espero que essa história seja uma semente no coração de quem assistir“. Além disso, a atriz ressaltou que o Festival de Vitória e seu filme podem ser considerados atos de resistência. Ao final da apresentação, o longa-metragem foi aplaudido de pé. Vários presentes entoaram cânticos e demais manifestações políticas contrárias ao atual governo federal brasileiro.
Tais contrariedades se deram porque o projeto segue Maria, mãe solo que vive na periferia de São Paulo, volta para casa à noite e não encontra seu filho adolescente. Depois de uma busca ininterrupta pela vizinhança, ela começa a ameaçar a tranquilidade dos traficantes locais que decidem contar que o garoto foi assassinado pela polícia. Incrédula, Maria começa uma busca vertiginosa pela verdade. Vale lembrar que a empreitada de Burlan – que ele classificou ao Papo de Cinema como “um retrato do Brasil atual” – já foi exibida no Festival de Gramado deste ano e, de lá, saiu com os troféus de Melhor Desenho de Som, Direção e Atriz para Marcélia.
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Não custa ressaltar que o 29º Festival de Cinema de Vitória seguirá até o dia 24 de setembro. Toda a programação é gratuita. Durante a semana, serão realizadas mostras competitivas, debates com cineastas e atividades de formação, além de uma homenagem à trajetória da atriz Bete Mendes. E não esqueça, o Papo de Cinema está presente na região para trazer críticas, entrevistas exclusivas e notícias. Fiquem ligados aqui no site e também nas nossas redes sociais! Quer saber mais sobre os longas que serão apresentados no festival? Basta clicar no logo abaixo e você será direcionado para o nosso especial de cobertura.
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