33º Cine Ceará :: Mais Pesado é o Céu, santo de casa fazendo milagre

Publicado por
Marcelo Müller

A quinta noite do Cine Ceará foi de casa cheia. Se nos outros dias o Cineteatro São Luiz teve uma plateia com diversos pontos vazios, nesta quarta-feira, 29, esse verdadeiro templo cearense esteve quase lotado. E o grande responsável por isso foi Petrus Cariry com o seu Mais Pesado é o Céu (2023), que finalmente teve uma sessão de gala em Fortaleza. Depois de ser projetado (e premiado) em inúmeros eventos Brasil afora, o longa-metragem passou em sessão especial pelo Cine Ceará 2023 provando que, sim, santo de casa também faz milagre. Para encerrar uma noite que começou com as homenagens póstumas a Doug de Paula e Júlio Linhares, e que contou antes com a exibição de um curta e um longa das mostras competitivas (sobre os quais falamos um pouco abaixo), Petrus subiu ao palco para saudar a plateia calorosa que aguardava ávida para assistir ao mais novo filme de um de seus conterrâneos mais proeminentes no cenário do cinema brasileiro. Foi uma sessão muito bonita e que marcou o Cine Ceará.

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A produtora Bárbara Cariry e o cineasta Petrus Cariry. Foto/Rogério Resende

A quinta noite do evento contou ainda com a exibição do curta-metragem Thuë Pihi Kuuwi: Uma Mulher Pensando (2023), de Aida Harika Yanomami, Edmar Tokorino Yanomami e Roseane Yariana Yanomami, projetado anteriormente nos festivais Ecrã e no do Rio, e que mostra uma yanomami ponderando sobre rituais indígenas vedados às mulheres. Depois foi a vez do longa Céu Aberto (2023), definido por seu próprio diretor, Felipe Esparza Pérez, como “um filme árido”, em que pai e filho enfrentam a incomunicabilidade num cenário singular no sul do Peru. O saldo foi uma noite de festa, em que os dois filmes da competição acabaram se beneficiando da casa cheia provocada pela exibição do cearense Mais Pesado é o Céu.

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Jornalista, professor e crítico de cinema membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema,). Ministrou cursos na Escola de Cinema Darcy Ribeiro/RJ, na Academia Internacional de Cinema/RJ e em diversas unidades Sesc/RJ. Participou como autor dos livros "100 Melhores Filmes Brasileiros" (2016), "Documentários Brasileiros – 100 filmes Essenciais" (2017), "Animação Brasileira – 100 Filmes Essenciais" (2018) e “Cinema Fantástico Brasileiro: 100 Filmes Essenciais” (2024). Editor do Papo de Cinema.