Diferentemente do dia anterior, sexta-feira, 01, no qual imperou uma chuva quase intermitente em Paraty, responsável por encharcar o Centro Histórico, neste sábado, 02, dia da abertura da 3ª Mostra Sesc de Cinema, o tempo abriu. Movimentada pela presença de inúmeros turistas, a localidade abrigou o primeiro dia da programação que acontecerá até o próximo sábado, 09. À tarde, a imprensa teve um encontro com dirigentes no Sesc Santa Rita, sede de parte das atividades. As boas-vindas foram dadas por Marcos Henrique Rego, gerente nacional de cultura do Sesc. Ele fez uma breve introdução sobre a história do evento, as iniciativas da instituição ao redor do Brasil e mencionou como a novidade de fazer um festival aponta à grande vontade de continuar investindo no audiovisual.

Marcos ofereceu um contexto amplo ao entendimento da missão abraçada pelo Sesc, especialmente a de possibilitar visibilidade. Dos 41 filmes a serem exibidos na 3ª Mostra Sesc de Cinema, 18 são dirigidos por mulheres. Marcos esclareceu que não houve direcionamento institucional para privilegiar recortes, mas que certamente a efervescência de determinadas questões orientaram o trabalho dos curadores regionais. Há filmes das cinco regiões políticas do nosso território, numa diretriz seguida à risca para, ainda de acordo com Marcos, de fato vislumbrar o cinema feito não apenas em centros econômicos bastante carimbados. Logo depois, foi a vez de Marco Fialho, assessor técnico em cinema do Sesc nacional, falar sobre o evento e explicar de modo pormenorizado o processo árduo da curadoria, que analisou mais de 1200 filmes. Ambos ressaltaram o desejo de expandir horizontes a partir da janela da Mostra Sesc.

Sesc Santa Rita, em Paraty

 

A ABERTURA

A noite foi reservada para a abertura oficial do evento, numa cerimônia que começou com a apresentação de autoridades, inclusive a da secretária da cultura de Paraty, Cristina Maseda. Ela agradeceu ao Sesc, relembrou a tradição de Paraty ao cinema brasileiro e deu boas-vindas aos presentes. Logo depois, foi a vez de chamar ao palco a homenageada da 3ª Mostra Sesc de Cinema, Adélia Sampaio, a primeira cineasta negra a dirigir um longa-metragem no nosso país. Vanguardista aguerrida, ela fez brevemente o uso da palavra para agradecer a todos e exaltar a necessidade de seguir lutando, de não sucumbir às adversidades. No telão, foi projetada uma montagem belíssima com fotos de Adélia. Ela, então, desceu do palco sob as ruidosas palmas da plateia que a reverenciava devidamente.

Na sequência houve a exibição especial de cinco curtas-metragens, cada um representando uma região de atuação do Sesc. Foram eles: Aurora (SE), Chamando os Ventos (PA), Catadora de Gente (RS), Guará (GO) e Jéssika (RJ). Antes do coquetel de confraternização, houve a emocionante apresentação do trio Líricas Transcendentes, parte do Sonora Brasil, iniciativa também da instituição, considerado o maior projeto de circulação de música do país (é mole?). O primeiro (e festivo) dia da 3ª Mostra Sesc de Cinema acabou em clima de celebração e comunhão. A semana promete e, claro, o Papo de Cinema está conferindo por aqui tudo de perto para relatar a vocês.

As Integrantes do Líricas Transcendentes – Foto: Cesar Duarte

 

(O repórter viajou à Paraty a convite do evento)

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Jornalista, professor e crítico de cinema membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema,). Ministrou cursos na Escola de Cinema Darcy Ribeiro/RJ, na Academia Internacional de Cinema/RJ e em diversas unidades Sesc/RJ. Participou como autor dos livros "100 Melhores Filmes Brasileiros" (2016), "Documentários Brasileiros – 100 filmes Essenciais" (2017), "Animação Brasileira – 100 Filmes Essenciais" (2018) e “Cinema Fantástico Brasileiro: 100 Filmes Essenciais” (2024). Editor do Papo de Cinema.

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