Gilda Nomacce, que recentemente completou 40 anos de carreira, dedicou 17 deles ao cinema. Essas quase duas décadas foram suficientes para que o Festival SatyriCine Bijou prestasse uma homenagem especial à veterana do teatro, que sempre sonhou em levar sua arte às telonas. Sentindo-se “realizada“, Gilda conversou conosco sobre a “honra” de receber o Troféu Helena Ignez no evento paulista. Em uma entrevista exclusiva, a artista compartilhou suas experiências e reflexões sobre sua trajetória no cinema. Para conferir a conversa, siga o fio!
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Conhecida por sua atuação versátil e presença constante em obras de cineastas independentes, Gilda nem sempre foi popular por seu trabalho na Sétima Arte. A transição dos tablados para os sets aconteceu nos anos 2000, quando a artista já estava na casa dos 30 anos. “Ser uma atriz de cinema sempre foi meu sonho. Comecei muito cedo no teatro, aos 12, e me inspirava muito na Glória Pires, na época de Dancin’ Days (1978). E já nessa época tinha uma coisinha que me dizia que minha carreira ainda iria para o cinema. Uma intuição. Mas quando e era jovem o cinema nacional passava por um momento muito turbulento, antes da retomada. Fazer cinema era apenas sonhar mesmo. Tudo começou, enfim, em 2006, quando o Marco e a Juliana (Marco Dutra e Juliana Rojas, dupla de cineastas) me convidaram para atuar no curta Um Ramo (2007). No momento que percebi que havia chegado o meu momento no cinema, enxerguei as glórias (risos), a felicidade… só via isso. Eu teria uma carreira no cinema. Depois, com a ida para festivais, outros convites… entendi que o caminho estava aberto por completo”, relembra a atriz.
Segundo revelado pelos responsáveis, o objetivo principal do Festival SatyriCine Bijou é promover a “cultura e do pensamento crítico” e “oferecer uma plataforma para cineastas emergentes e filmes independentes”. Entre as exibições deste ano, que aconteceram entre 11 e 21 de julho, o evento também promoveu sessões especiais de títulos estrelados por Gilda, como O Duplo (2012) e Ausência (2014). “Os profissionais que fazem o festival já trabalharam comigo há muitos anos. Mais de 30. Então, quando recebi o convite fiquei muito emocionada. Ser homenageada por pessoas que você considera tanto, que te faz lembrar de tanta coisa, é motivo de muita gratidão. Quando o Ivam Cabral (criador do festival) me ligou para contar a novidade, tive uma palpitação. No dia, pensei: ‘poxa a vida às vezes é tão dura… mas são momentos como esse que trazem alegrias’. Receber um prêmio intitulado Helena Ignez é uma coisa louca. Um tipo de ‘herança’ que toda atriz gostaria de ganhar”, revelou Gilda.
Há quatro décadas vivendo de seu trabalho artístico, Nomacce também se ocupa como professora de interpretação, na esperança de passar sua experiência aos mais jovens. Perguntada sobre os conselhos que, frequentemente, dá aos novatos, ela responde: “quem quer ser ator/atriz precisa entender que nunca será inadequado para esse serviço. Somos muitas culturas, corpos e bagagens. Você tem seu lugar. É difícil, você não vai ser ótimo no início… ou talvez sim, cada história é uma história. Apenas continue, pois todos nós podemos comunicar coisas lindas. E, é claro, viva ao lado das pessoas que fazem a arte acontecer. Vá ao teatro, vá ao cinema e vá aos festivais”. A seguir, fique com um trecho do nosso bate-papo.