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A Mostra Internacional de Cinema de São Paulo chega em 2020 à sua 46ª edição. Quase 50 anos de uma história imprescindível à parte considerável dos cinéfilos brasileiros. Ao todo, entre 20 de outubro a 02 de novembro, serão exibidos 223 filmes vindos de 60 países diferentes, o que reitera o compromisso da curadoria com a diversidade cinematográfica. A programação será espalhada pelos principais cinema da cidade de São Paulo. Enquanto isso, no âmbito online, Sesc Digital e Spcine Play darão acesso gratuito a títulos especialmente selecionados. E claro que o Papo de Cinema não poderia ficar de fora dessa verdadeira celebração do cinema mundial em terras brasileiras. Nosso editor-chefe, Robledo Milani, estará na capital paulista para conferir tudo de pertinho. E alguns dos principais destaques nos festivais internacionais de maior prestígio estão entre os filmes selecionados. Triangulo da Tristeza (2022), longa-metragem sueco vencedor da Palma de Ouro no festival de Cannes deste ano, abrirá a programação numa exibição especial para convidados que acontecerá na Cinemateca Brasileira, no dia 19. Mas não se preocupe, pois a controversa obra do cineasta Ruben Östlund terá outras sessões ao longo do festival.

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Outros destaques da programação são Bardo: Falsa Crônica de Algumas Verdades, de Alejandro González Iñarritu; Nada de Novo no Front, de Edward Berger; Sem Ursos, de Jafar Panahi; Conto de Fadas, de Alexander Sokurov; Pacifiction, de Albert Serra; One Fine Morning, de Mia Hansen Løve; Os Anos Super 8, de David Ernaux-Briot e Arnnie Earnaux; além das séries The Kingdom Exodus, de Lars von Trier, e Noite Exterior, de Marco Bellocchio. Só esta pequena amostra nos dá uma ideia do que esperar, não é mesmo? Mas, não para por aí. Também estão confirmados Alcarrás, filme franco-italiano de Carla Simón que levou o Urso de Ouro no festival de Berlim; As Oito Montanhas, de Felix van Groeningen e Charlotte Vandermeersch, e La Jauría, de Andrés Ramírez Pulido, vencedores, respectivamente, do Prêmio do Júri e do Grande Prêmio da Semana da Crítica no Festival de Cannes; Los Reyes del Mundo, de Laura Mora, vencedor da Concha de Ouro no Festival de San Sebastián; e Regra 34, de Julia Murat, vencedor do Leopardo de Ouro no Festival de Locarno.

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Cena de “Triangulo da Tristeza”

Além dos destaques em festivais europeus a A Mostra Internacional de Cinema vai trazer ao público brasileiro 13 produções pré-selecionados por seus respectivos países para representá-los no Oscar 2023, são eles: Domingo e a Neblina (Alemanha), Nada De Novo No Front (Islândia), Belas Criaturas (Irã), Terceira Guerra Mundial (Japão), Plano 75 (Lituânia), Peregrinos (Paquistão), Joyland (Palestina), Febre do Mediterrâneo (Portugal), Alma Viva (Espanha), Alcarràs (Suécia), Boy from Heaven (Suíça), Um Pedaço do Céu (Suíça) e Bardo: Falsa Crônica de Algumas Verdades (México). E a Mostra Brasil contará com 61 títulos que representam bem o momento efervescente da nossa cinematografia (apesar da falta de polícias públicas adequadas, resistimos).

HOMENAGENS, CARTAZ E VINHETA
A Mostra Internacional de Cinema de São Paulo costuma homenagear grandes nomes do cinema e neste ano não será diferente. O Prêmio Humanidade será entregue à diretora Ana Carolina (e os filmes dela ganharão apresentações especiais); os cineastas Jean-Luc Godard e Arnaldo Jabor, falecidos recentemente, também ganharão homenagens póstumas durante o evento. Já o Prêmio Leon Cakoff será entregue à cantora e atriz Doris Monteiro, protagonista de Agulha no Palheiro (1953), de Alex Vianny, filme restaurado em 1977 pela Cinemateca Brasileira. Já quanto à arte do evento, quem assina a da 46ª edição é o muralista brasileiro KOBRA. A imagem mostra uma garota tendo a cidade de São Paulo no horizonte em conexão com a imagem do filme A Viagem à lua, de Georges Méliès, realizado há 120 anos. O artista a intitulou emblematicamente de Volte a Sonhar. Logo abaixo você encontra o cartaz e a linda vinheta deste ano da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. E aí, nos vemos no cinema?

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Jornalista, professor e crítico de cinema membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema,). Ministrou cursos na Escola de Cinema Darcy Ribeiro/RJ, na Academia Internacional de Cinema/RJ e em diversas unidades Sesc/RJ. Participou como autor dos livros "100 Melhores Filmes Brasileiros" (2016), "Documentários Brasileiros – 100 filmes Essenciais" (2017), "Animação Brasileira – 100 Filmes Essenciais" (2018) e “Cinema Fantástico Brasileiro: 100 Filmes Essenciais” (2024). Editor do Papo de Cinema.

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