Um episódio lamentável marcou a noite desta quinta-feira, 28, no 52º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Enquanto acontecia a apresentação dos realizadores e retratados em O Tempo Que Resta (2019), documentário de Thaís Borges sobre a resistência de duas mulheres amazônicas contra as milícias madeireiras, o agronegócio e os mineradores locais, ouviu-se no Cine Brasília o brado de um homem que pedia o fim das falas e o pronto começo do filme. A isso se seguiram respostas revoltadas e veementes de alguns realizadores presentes que apontaram a necessidade de deixar a equipe se expressar. Mais tarde, o sujeito que principiou o bate-boca foi identificado como Pedro Lacerda, coordenador de relações institucionais do Instituto Alvorada Brasil, portanto parte da organização do evento. O episódio agravou o clima de confronto e embate com as engrenagens do Festival de Brasília, algo deflagrado pelas vaias desferidas contra Adão Cândido, presidente do evento, na sua noite inaugural.
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Falta de Ética?
Outra coisa que vem chamando a atenção dos frequentadores mais atentos do 52º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro é o insólito comportamento de Tiago Belotti, um dos curadores do evento que, contrariando algo absolutamente inerente à posição por ele ocupada, tem manifestado publicamente simpatia (ou antipatia) por algumas produções. O youtubber está fazendo cobertura para os veículos com os quais colabora, assim atiçando discussões acerca da ética (ou falta de) de alguém que participou do processo de seleção e pontua abertamente as suas preferências. Puxado, ainda mais se tratando de uma programação que prevê premiação, inclusive em dinheiro.