O Olhar de Cinema – Festival Internacional de Cinema de Curitiba, evento que acontece na capital paranaense entre os dias 05 e 13 de junho, escolheu o cinema do diretor chileno Raúl Ruiz como base da mostra Olhar Retrospectivo. Ao todo, serão exibidos oito longas-metragens dele, a maioria dos quais realizados durante a ditadura militar do Chile (1973-1990). O fato do período coincidir com a ditadura civil-militar brasileira (1964-1985), oferece o gancho para o outro espectro da mostra, formado por 10 filmes realizados durante o governo ditatorial por diretores brasileiros em passagens pelo exílio. A programação também contará com debates que buscarão auxiliar o público a melhor dimensionar esse legado e as relações estabelecidas.
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“Talvez há um ano uma mostra em torno desse tema pareceria algo que remetesse a um passado mais distante de nossa história. Contudo, hoje essa mostra reflete um momento em que o exílio, infelizmente, passa a fazer parte do nosso presente. Assim, se a mostra Olhar Retrospectivo surge com a vontade de homenagear o Raúl Ruiz, ao buscar um recorte dentro da obra dele, até por sua enorme magnitude, nos deparamos com um momento que ela estava intimamente ligada com a realidade da América Latina de golpes de estados e ditaduras de 1960-1990, momento em que diversos cineastas se encontravam produzindo fora de seus países, exilados. Com isso, surgiu um anseio de estabelecer um diálogo de Ruiz com uma lista relevante de cineastas brasileiros, em forma de diálogos de exílio”, diz o diretor geral e diretor de programação de Olhar de Cinema, Antônio Júnior.
Os filmes de Raúl Ruiz a serem exibidos, são:
Três Tristes Tigres (1968)
Diálogos dos Exilados (1975)
A Vocação Suspensa (1977)
A Hipótese do Quadro Roubado (1978)
As Divisões da Natureza (1978)
Dos Grandes Eventos e Pessoas Comuns (1979)
O Teto da Baleia (1982)
As Três Coroas do Marinheiro (1983)
Confira a seleção de filmes brasileiros da Olhar Retrospectivo:
Meio-dia (dir. Helena Solberg, 1970)
Un séjour (dir. Carlos Diegues, 1970)
O Leão de Sete Cabeças (dir. Glauber Rocha, 1970)
Não é hora de chorar (dir. Luiz Alberto Barreto Leite Sanz e Pedro Chaskel, 1971)
Memórias de um Estrangulador de Loiras (dir. Júlio Bressane, 1971)
A Dupla Jornada (dir. Helena Solberg, 1975)
Estas são as Armas (dir. Murilo Salles, 1978)
Mueda, memória e massacre (dir. Ruy Guerra, 1979)
O Pequeno Exército Louco (dir. Lúcia Murat e Paulo Adário, 1984)
Fragmentos de Exílio (dir. Silvio Tendler, 2003)
(Fonte: Genco Assessoria)
