Você já parou para imaginar quais são os elementos de um filme que ajudam a contar sua história? Se você pensou em todos, acertou. Sim, quando um longa é bem-feito, tudo que está em tela (e muitas vezes também fora dela) ajuda a enriquecer a narrativa de alguma forma, seja aprofundando os personagens, dando pistas do que irá acontecer ou até mesmo reforçando mensagens da história.
E isso não seria diferente com os cenários de um filme, já que eles desempenham um papel importante para ambientar a narrativa, aumentar a dramatização de diversas cenas, dentre diversos outros papéis. Quer saber quais são eles? Vem com a gente nessa viagem pelos cenários dos filmes!
A ambientação
O cenário de um filme consiste basicamente em dois elementos: o espaço e os objetos que o ocupam. Pode parecer bastante simples, mas quando paramos para pensar, a construção desses ambientes pode ser bastante desafiadora.
Tomemos como exemplo a obra Ilha do Medo, 2010, de Martin Scorsese. A produção trabalha com temas como remorso e loucura. Existem diversas formas de ambientação nesse filme: dentro da unidade psiquiátrica, em seus pátios, na ilha do lado externo, em uma caverna, em um farol e por aí vai.
Cada pequena sala, cada local onde os personagens estão interagindo entre si ajuda a tornar o clima mais tenso, fazendo com que o tema da loucura se sobressaia em diversos momentos. Nas cenas de investigação, por exemplo, nós temos espaços com menos objetos e com foco muito maior nos protagonistas em si, enquanto em algumas cenas introspectivas e que mostram flashbacks, nós presenciamos cenários menores e carregados de informações. Isso pode servir tanto para dar pistas do que o personagem sente ao reviver aquele momento quanto para ajudar a mostrar a bagunça em sua mente.
Os objetos de cena
Como você já percebeu, a construção da ambientação não é algo simples de ser feito pelo setor de direção de arte de um filme. Porém, a escolha e composição dos objetos em cena podem ser tão desafiadoras quanto. Tomemos como exemplo outra obra de Scorsese, Cassino, de 1995.
Escrito por ele em parceria com Nicholas Pileggi, Cassino é um filme que tanto o ambiente em que os personagens se encontram quanto os objetos em questão sempre têm relação com a história que está sendo contada.
E isso não acontece apenas nas tomadas dentro do cassino, apesar de também serem importantes, como quando nos deparamos com os jogos de slot, também conhecidos como caça-níqueis e muito populares na internet hoje em dia. Essas máquinas, em diversos momentos dos filmes, são símbolos de poder – seja dos donos do estabelecimento em questão ou dos personagens que estão em cena.
No entanto, outros ambientes no longa possuem uma relevância tão grande quanto os cassinos, basta lembrarmos do momento na plantação de milho e de seus desdobramentos para a trama. O foco nos objetos muda e todo o glamour das máquinas de slots são trocados por vegetais.
Vamos agora a um terceiro exemplo para mostrar como a união entre ambiente e objeto pode estar presente em todo tipo de filme. Na comédia romântica 10 Coisas que Eu Odeio em Você, dirigida por Gil Junger e lançada em 1999, nós temos ambientes muito comuns do dia a dia: uma escola e a casa dos personagens.
No entanto, a ambientação dentro da própria escola muda conforme a necessidade dramática de cada cena: uma declaração de amor acontece nas arquibancadas do campo de futebol, onde é crucial que haja alguns objetos como o microfone e os instrumentos que a banda da escola mais tarde toca. É uma tomada empolgante e engraçada ao mesmo tempo.
Já quando o filme quer emocionar o público, opta por cenários mais fechados, como a própria sala de aula, onde o objeto mais importante é o caderno em que a protagonista Kat lê o poema que dá título ao filme.
Portanto, não importa qual seja o gênero ou seu público-alvo, os cenários e os objetos inseridos nos filmes serão sempre importantes para enriquecer a narrativa e engrandecer a obra cinematográfica. E agora que você já sabe disso, consegue pensar em algum cenário que te marcou?