Apesar de amplos esforços de representatividade, o meio audiovisual ainda é predominantemente masculino e branco, algo que se reproduz no cenário brasileiro. Uma das atividades mais segregadas em termos de gênero diz respeito à direção de fotografia: de acordo com dados da Agência Nacional do Cinema (Ancine), 88% dos projetos têm diretores de fotografia homens.
Por isso, apoiando-se na pesquisa acadêmica Mulheres Atrás das Câmeras: Inícios de uma Trajetória, efetuada na Universidade Federal Fluminense (UFF) em 2014, um grupo de mulheres criou o longa-metragem À Luz Delas (2019), dedicado a revelar o talento de oito mulheres brasileiras que se destacam nesta função, considerada “um dos cenários mais desiguais do audiovisual no mundo” segundo as artistas.
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As diretoras de fotografia apresentadas são: Martina Rupp (Desculpe o Transtorno, 2016), Júlia Zakia (Guigo Offline, 2017), Jane Malaquias (Danado de Bom, 2016), Dani Azul (Fragmentos, 2013), Joyce Prado (Um Corpo no Mundo, 2017), Kátia Coelho (A Via Láctea, 2007), Luelane Corrêa (MML, 1978) e Heloísa Passos (Como Esquecer, 2010).
A direção fica por conta de Luana Farias e Nina Tedesco, com produção desta última. “Existe uma sub-representação muito grande, que vai aumentando à medida que o orçamento aumenta também. As mulheres não são chamadas para os filmes de maior sucesso de bilheteria e o único espaço que estava à sua disposição era o cinema independente”, afirma Tedesco. O longa-metragem visa exibições em escolas, clubes e espaços culturais, fomentando o debate sobre a desigualdade de oportunidades e o machismo estrutural.
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