Ainda Estou Aqui parece que reacendeu o patriotismo em parte da população brasileira. Essa ideia tão utilizada por canalhas nos últimos anos, em busca apenas de ganhar votos com um suposto e fajuto “amor à pátria”, vem garantindo uma interação massiva de brasileiros em qualquer postagem, nacional ou internacional, que diga respeito ao longa-metragem apto a nos representar no Oscar 2025.
No entanto, em meio a essa disposição por defender incondicionalmente Ainda Estou Aqui como nosso estandarte, claro que muita gente passa do ponto – quando a coisa se transforma uma dinâmica clubista, a razão muitas vezes fica em segundo plano e sobra apenas a emoção desenfreada. Dois casos recentes, muito diferentes em essência, deixaram uma pulga atrás da orelha desse povo verde e amarelo orgulhoso. Será que Ainda Estou Aqui está sofrendo hate (como são comumente chamadas as manifestações de ódio na internet)?
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Ainda Estou Aqui foi recentemente motivo de mais um “incidente diplomático” entre brasileiros e argentinos. Reprisando as animosidades alimentadas por nossas seleções futebolísticas ao longo das décadas, as apresentadoras hermanas do canal argentino La Ciudad, Victoria Casaurang, Paula Galoni e Mercedes Cordero, do programa Vamos Las Chicas, resolveram fazer piada com o Globo de Ouro conquistado por Fernanda Torres. Em meio a vários comentários que visavam ser engraçados, mas que não eram mais do que indelicadezas ditas de maneira maliciosa, elas afirmaram que a brasileira estava tão convencia da derrota que “nem penteou o cabelo”.
Foi o suficiente para hordas de brasileiros invadirem as redes sociais de Victoria Casaurang, Paula Galoni, Mercedes Cordero e também do canal de televisão local. Diante de tamanha repercussão, Victoria Casaurang simplesmente desativou as suas contas. Por sua vez, Paula Galloni e Mercedes Cordero mantiveram seus perfis digitais, mas limitaram os comentários a fim de tentar frear o número de críticas.
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Ainda Estou Aqui estreou recentemente na França ganhando uma enxurrada de elogios de boa parte da imprensa especializada. Com um lançamento considerável (em cerca de 180 salas no país europeu), ele foi avaliado bastante positivamente na média. Mas, claro que a gente fica ligado e às vezes desproporcionalmente focado em quem não gostou. O crítico do Jacques Mandelbaum, que assina o texto no tradicionalíssimo jornal Le Monde, não curtiu muito o filme brasileiro e considerou a interpretação de Fernanda Torres “um tanto monocórdia”, ou seja, com um mesmo tom e sem variações emocionais.
Os casos argentino e francês são completamente diferentes. Num deles, Ainda Estou Aqui foi vítima de brincadeiras jocosas sem qualquer embasamento crítico, virando chacota por conta de uma babaquice de comunicadoras irresponsáveis e talvez em busca de engajamento pelo ódio. Conseguiram. No outro, um profissional, exercendo o direito que lhe cabe, fez uma leitura que possivelmente desagradou os fãs do filme. Faz parte do jogo. Isso significa que ele está imune de ser criticado por seu posicionamento? Claro que não, porém não podemos, ao menor de qualquer sinal de discordância, achar que nosso interlocutor é um ignorante “odiador”. Cada coisa em seu lugar, beleza?
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