Uma grande estrela de Hollywood deixou este plano nesta quinta-feira, 29. O ator Alan Arkin, de 89 anos, faleceu em sua casa, em Carlsbad, na Califórnia, EUA. A informação da morte foi confirmada, em comunicado à imprensa, pelos filhos do artista: “Nosso pai era uma força da natureza de talento único, tanto como artista quanto como homem. Marido amoroso, pai, avô e bisavô, ele era adorado e sua falta será profundamente sentida”. A causa não foi revelada. Com mais de 100 produções em sua carreira, iniciada no final dos anos 1950, Arkin possui uma lista vasta de indicações/premiações e personagens memoráveis.
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Nascido em 1934, em Nova York, Alan Wolf Arkin era filho de judeus russos e alemães. Seu pai era artista e escritor, e sua mãe era professora. Desde cedo se interessou pela atuação e passou a tomar aulas de interpretação a partir dos 10 anos de idade. Sua trajetória começou como ator da Broadway, nos anos 1950. Paralelamente, ingressou na trupe de comédia Second City. Debutou no cinema numa participação discreta do musical Ao Compasso do Calypso (1957). Entretanto, logo em seu primeiro papel de destaque na telona, com Os Russos Estão Chegando! Os Russos Estão Chegando!, de 1966, comédia dramática ambientada na Guerra Fria, carimbou uma ótima impressão em Hollywood. Por sua performance como o Tenente Rozanov – que é incumbido de salvar um submarino soviético encalhado próximo à costa da Nova Inglaterra, o ator emplacou sua primeira indicação ao Oscar de Melhor Ator. Dois anos depois, estabeleceu de vez seu nome na indústria ao estrelar o drama Por Que Tem de Ser Assim? (1968), baseado no romance homônimo de Carson McCullers. Na trama, dá vida a John Singer, um surdo também incapaz de falar, que aluga um quarto na casa dos Kelly, onde faz uma complexa amizade com Mick (Sondra Locke), adolescente cheia dos problemas típicos do amadurecimento. O trabalho de Alan lhe rendeu sua segunda nomeação ao prêmio máximo da Academia, na mesma categoria da primeira. Na mesma época, chamou atenção por integrar Um Clarão nas Trevas (1967) e Popi (1969).
Nas décadas que se seguiram, Arkin estrelou projetos de diversos gêneros, regulando entre trabalhos de protagonismo e apoio. Ardil 22 (1970), Duas Ovelhas Negras (1974), Um Casamento de Alto Risco (1979), Um Grande Problema (1986), Fuga de Sobibor (1987), Edward Mãos de Tesoura (1990) e O Sucesso a Qualquer Preço (1992) são alguns deles. Nos anos 1990, chegou a estrelar a empreitada brasileira O Que é Isso, Companheiro? (1997). No longa, dirigido por Bruno Barreto e que foi indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, Alan é Charles Burke Elbrick, embaixador norte-americano que foi sequestrado por revolucionários brasileiros – integrantes da Ação de Libertação Nacional (ALN) e do Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8) – em protesto contra a ditadura militar.
Nos anos 2000, o artista renovou sua legião de fãs com o cultuado Pequena Miss Sunshine (2006). Na história, ele é o simpático avô paterno da garotinha Olive (Abigail Breslin). Juntos, eles ensaiam todos os dias para o concurso infantil que dá nome ao filme e o qual a menina deseja vencer. A aposta lhe garantiu, de vez, sua primeira e única estatueta do Oscar, como Melhor Ator Coadjuvante. Poucos anos mais tarde, voltaria à cerimônia ao ser lembrado na mesma categoria por Argo (2012).
No século XXI, o astro ainda colecionou outras inúmeras participações em longas populares, como Marley & Eu (2008), Os Muppets (2011), Despedida em Grande Estilo (2017) e Dumbo (2019), além da condecorada série O Método Kominsky (2018-2021). Sua última contribuição se deu no empréstimo de sua voz ao personagem Wild Knuckles, da animação Minions 2: A Origem de Gru (2022). Uma empreitada intitulada The Smack, com Marisa Tomei, Kathy Bates e Casey Affleck, conta com Alan e, por enquanto, está em fase de produção e deverá ser lançada futuramente. Arkin – também vencedor de um Globo de Ouro e dono de seis indicações ao Emmy – deixa a esposa, Suzanne Newlander Arkin, e três filhos: Adam (ator e cineasta), Matthew (ator) e Anthony (ator).
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