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Albert S. Ruddy, produtor de O Poderoso Chefão, morre aos 94 anos

Publicado por
Victor Hugo Furtado

Albert S. Ruddy, produtor responsável por lançar O Poderoso Chefão (1972), faleceu no último sábado de maio, 25, aos 94 anos. Ruddy lutava contra “uma doença recente”, segundo informações do site Deadline. Popularmente conhecido por Al Ruddy em Hollywood, o profissional atuou na indústria dos anos 1960 até seus últimos dias de vida. Ao longo de sua trajetória, o canadense-estadunidense venceu dois Oscars. Relembre abaixo!

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Albert Stotland Ruddy nasceu na cidade de Montreal, no Canadá, em 1930. Ainda criança, mudou-se com os pais para os EUA. Foi criado nas cidades de Nova York e Miami. Nos anos 1950, foi para Los Angeles para estudar Arquitetura na Universidade do Sul da Califórnia. Em 1954, a namorada de Ruddy atuou em um dos primeiros filmes produzidos por Roger Corman: A Besta do Milhão de Olhos (1955). Ao acompanhá-la no set, ele se interessou pelo ofício e chegou a atuar como diretor de arte do projeto de baixo orçamento. Logo em seguida, atuando como arquiteto, conheceu Jack L. Warner, chefe da Warner Brothers, que lhe ofereceu um emprego no estúdio após ficar impressionado com o conhecimento e entusiasmo do rapaz. A primeira assinatura Al como produtor se deu, enfim, com Vítima de um Pecado (1965). Nos anos seguintes, Ruddy também atuou em outras empresas do ramo, até fundar a Albert S. Ruddy Productions.

Foto: Evening Standard

No início dos anos 1970, Albert começou a trabalhar no projeto que mudaria sua vida. Com recursos da Paramount Pictures, adquiriu os direitos do sucesso literário “O Poderoso Chefão”, lançado em 1969 pelo escritor Mario Puzo, a fim de transformá-lo em filme. Ruddy e o diretor escolhido para a adaptação, Francis Ford Coppola, enfrentaram inúmeras dificuldades para desenvolver o longa, tendo que, inclusive, lidar com boicotes da máfia ítalo-estadunidense. Por fim, O Poderoso Chefão foi lançado em 1972, faturando três Oscars, incluindo a estatueta de Melhor Filme para Ruddy. Em seu seu discurso na cerimônia da Academia, Ruddy afirmou que “os EUA precisam da indústria do cinema e a indústria do cinema precisa dos EUA. Bons públicos precisam de bons filmes assim como bons filmes precisam de bons públicos”. Os contratempos da produção e a recepção grandiosa do filme foram retratados na série The Offer, lançada em 2022. No seriado, Ruddy é interpretado por Miles Teller. Aliás, o programa foi tema de um episódio especial do Podcast Papo de Cinema. Confira abaixo:

Ruddy e Marlon Brando no set de O Poderoso Chefão. Foto: Silver-Screen

Nos anos seguintes, Al continuou a produzir filmes regularmente. Mesmo sem as exaltações do projeto de 1972, ajudou a lançar apostas populares, como Golpe Baixo (1974), O Esquadrão do Terror (1982) e Um Rally Muito Louco (1984). Nos anos 2000, entretanto, voltou aos holofotes com outro sucesso de crítica e público: Menina de Ouro (2005). Pela obra, dirigida e estrelada por Clint Eastwood, ganhou seu segundo Oscar de Melhor Filme. O último longa produzido por Ruddy foi, aliás, um título de Eastwood. Em 2021, ambos lançaram Cry Macho: O Caminho para Redenção. Ele deixa a viúva Wanda McDaniel e a filha Alexandra Ruddy (atriz), além de dois projetos por serem comercializados, The Bellinis e In the Hours of Night.

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Fanático por cinema e futebol, é formado em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Feevale. Atua como editor e crítico do Papo de Cinema. Já colaborou com rádios, TVs e revistas como colunista/comentarista de assuntos relacionados à sétima arte e integrou diversos júris em festivais de cinema. Também é membro da ACCIRS: Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul e idealizador do Podcast Papo de Cinema. CONTATO: victor@papodecinema.com.br