Roma (2018) ganhou duas importantes estatuetas no Globo de Ouro 2019: Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Direção (Alfonso Cuarón). Vencedora, também, do badalado Festival de Veneza, a produção original Netflix vem gerando uma série de debates. Muitos jornalistas e especialistas da área defendem que os lançamentos em streaming não deveriam concorrer em pé de igualdade com os longas-metragens que estreiam nas salas regulares de cinema. Neste domingo, 06, após a cerimônia do Globo de Ouro, Cuarón saiu em defesa das novas plataformas quando questionado por um repórter que atrelou o sucesso de Roma na temporada de premiações a uma suposta morte do cinema independente.
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“Deixa eu lhe perguntar: em quantos cinemas você acha que conseguiríamos lançar um filme mexicano, em preto e branco, falado em espanhol e Mixteco, e sem estrelas? Qual você acha que seria o tamanho do lançamento convencional de um filme como esse? O filme foi lançado há mais de um mês e ainda está sendo reproduzido, visto (nos Estados Unidos). Isso é raro para um filme estrangeiro. Acho muito injusto dizer isso (que o lançamento de Roma fere a seara independente)”, disse Cuarón.
Desde que Roma estreou, frequentemente Cuarón é questionado sobre o embate entre cinema e streaming. O mexicano faz questão, sempre, de enfatizar as positividades de ambos os formatos. “Acho que essa discussão entre Netflix e salas de cinema já deveria ter acabado. Esses formatos devem caminhar juntos. Devemos ter consciência de que o cinema se tornou muito arredio a um tipo específico de produto. Há tantos cineastas interessantes fazendo filmes para outras plataformas, justamente porque elas não têm medo desses produtos”, completou.