O cineasta mexicano Alfonso Cuarón está com tudo e não está prosa. Vencedor do Oscar de Melhor Direção por Gravidade (2013), ele agora volta aos holofotes por conta da celebração de seu mais novo longa-metragem, Roma (2018), produção Netflix que ganhou o Festival de Veneza 2018 e que vem despontando como um dos favoritos ao Oscar 2019. E, claro, o sucesso de um filme lançado diretamente em home vídeo – com a exceção das bem-vindas exibições em salas de cinema, principalmente, em capitais ao redor do mundo –, trouxe à tona novamente a discussão sobre o futuro do cinema. Para Cuarón, os realizadores precisam se preocupar apenas com o aspecto puramente cinematográfico de suas criações e ficar fora dessa briga.
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“Cinema é maior que a plataforma em que você vai lançar o seu filme. Cinema é o que é importante. O resto das coisas são considerações menores sobre como você vai mostrar o seu trabalho. No momento, a conversa é entre streaming e cinemas tradicionais. Anos atrás, era entre lançamento nos cinemas comerciais ou não. Essas brigas não têm nada a ver com o cinema, são dois modelos econômicos que eventualmente acharão algum equilíbrio. Não acho que um cineasta deva se preocupar com modelos econômicos. Precisamos considerar nossas obras puramente em termos de cinema”, disse o cineasta.
Mas, claro, que Cuarón prefere as salas escuras: “Nenhum dos filmes que faço é feito, originalmente, para ser visto no celular. Mas, se essa é a escolha da pessoa, tudo bem. Espero que as pessoas se importem com a arte do cinema, e queiram ver o filme na tela grande”. Infelizmente, a Netflix restringiu, como já dissemos, a exibição de Roma nos cinemas a cidades de grande porte, deixando poucas opções aos interessados, senão ver em casa, mesmo.
