A Agência Nacional do Cinema, Ancine, se tornou alvo de uma investigação por parte do Ministério Público Federal. O motivo seria a suspeita de que a instituição estaria deliberadamente atrasando ou se recusando a transferir o financiamento de verbas a projetos pré-aprovados.
Segundo a revista Época, o servidor Mastroiane Dias, antigo coordenador da Gestão de Negócios, teria recebido ordens para paralisar a contratação de projetos. Após questionar esta diretriz aos superiores, ele foi exonerado do cargo e transferido ao setor de contabilidade. Dias será escutado pela MPF nesta quarta-feira, por meios virtuais, para explicar a situação.
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A Ancine tem sofrido com atrasos e paralisações institucionais responsáveis pelo bloqueio ou atraso de dezenas de filmes brasileiros. Além da análise de prestação de contas atrasada em até 20 anos (ou seja, filmes realizados mais de uma década atrás ainda não tiveram seus gastos avaliados), a diretoria tem interrompido o lançamento de novos editais.
Desde o mês de junho, dezenas de produtoras passaram a acionar a justiça para investigar a suspensão no repasse de verbas, cujo prazo máximo de análise foi ultrapassado pela agência. A diretoria atual é acusada de frear projetos cujos temas desagradem ao atual governo, a exemplo da diversidade sexual e de gênero, ou ainda do empoderamento negro e feminino. Em 2019, o presidente Jair Bolsonaro havia se posicionado contra a aprovação de projetos com tal temática. Na época, a ex-secretária da Cultura, Regina Duarte, declarou que tais filmes não receberiam qualquer forma de incentivo por parte do governo.
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