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Ancine :: Funcionários protestam contra censura à exibição interna de A Vida Invisível

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Uma vez mais, a Agência Nacional do Audiovisual sofre um importante golpe à função de regular e promover o cinema brasileiro. Prevista inicialmente como órgão independente – seu presidente sequer é nomeado diretamente pelo governo federal -, a Ancine tem sofrido intervenções diretas. Primeiro, recebeu ordem de retirar das paredes todos os cartazes de filmes nacionais.

Depois, foi proibida de fazer uma exibição de A Vida Invisível (2019) aos funcionários, dentro de um programa que visa debater linguagem cinematográfica, questões técnicas e de difusão. O drama dirigido por Karim Aïnouz representa o Brasil na corrida ao Oscar 2020 de melhor filme internacional. A assessoria de comunicação não se pronunciou sobre a decisão de interditar a sessão de A Vida Invisível, estrelado entre outros por Fernanda Montenegro, atriz que se posicionou contra as diretrizes do atual governo.

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Em carta enviada à direção, a Associação dos Servidores Públicos cobrou explicações a respeito destas decisões, de acordo com a Folha de São Paulo. A carta relembra que os princípios da Ancine incluem “estrita observância aos princípios da atuação administrativa, dentre eles, os da impessoalidade, isonomia e interesse público”.

De acordo com os funcionários, os equipamentos de projeção se encontram em perfeito estado, e a exibição do filme é fundamental para “capacitar os servidores sobre as obras que analisam”. Vale lembrar que, em agosto, o Ministro Osmar Terra criticou a qualidade do cinema brasileiro e anunciou a intenção de privilegiar apenas produções de grande potencial de público. Em outubro, Jair Bolsonaro declarou que a cultura precisa valorizar os “valores cristãos”, e que uma liderança “conservadora” seria apontada à frente do órgão. Em novembro, uma comissão aprovou que a Lei Rouanet destinasse recursos públicos a eventos de igrejas.

As duas abas seguintes alteram o conteúdo abaixo.

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