Para que tenhamos uma ideia de como andam as coisas no âmbito do audiovisual, as estatísticas são fundamentais. Além de servirem como elementos para consolidação de um processo histórico, elas também frequentemente apontam fragilidades e discrepâncias, lançando luz sobre cenários que podem/devem ser alterados o mais rápido possível. A Ancine, a Agência Nacional do Cinema, publicou recentemente o Anuário Estatístico do Cinema Brasileiro de 2019, documento elaborado pela Superintendência de Análise de Mercado (SAM) que, segundo o mesmo, “traz e atualiza o mesmo conjunto de dados do ano anterior. Pontualmente, alterações foram feitas na revisão de alguns números referentes a períodos anteriores, em função do aprimoramento das formas de cálculo, sem prejuízo do devido cuidado com a coerência e continuidade das séries. Os dados apresentados têm como base as informações fornecidas pelas distribuidoras das obras audiovisuais por meio do Sistema de Acompanhamento da Distribuição em Salas de Exibição (SADIS) e abrangem o período entre 1º de janeiro e 31 de dezembro de 2019”.
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Entre as informações de destaque, o dado total de bilheteria de 2019 e um comparativo anual tendo em vista 2010 como ponto de partida. Também sobressai a porcentagem de participação de público dos títulos nacionais dentro do mercado total do Brasil. Os filmes brasileiros representam 13,7% dos ingressos vendidos aqui em 2019, um número baixíssimo se comparado a mercados como a França (34,8%), o Japão (54,4%), a China (64,1%) e os Estados Unidos (92,5%). Apenas essa informação já nos dá uma ideia da dificuldade de concorrência que o exemplar local enfrenta em seu próprio território. Desempenho das distribuidoras, ocupação das salas, títulos lançados em 2019 e demais comparativos igualmente podem ser consultados no documento cuja íntegra se encontra aqui.
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