Depois de ter vetado o direito de captação de recursos ao documentário O Presidente Improvável, sobre a trajetória de Fernando Henrique Cardoso (os detalhes você confere numa das notícias relacionadas abaixo), a Agência Nacional do Cinema deu novas provas de que sua atuação é absolutamente orientada por um projeto ideológico que compreende a censura como mecanismo. De acordo com o jornalista Ancelmo Gois, do jornal O Globo, a Ancine também negou o fomento à produção de um documentário cuja intenção era refletir criticamente sobre a ascensão, dentro das esferas políticas, da Igreja Universal do Reino de Deus e de outras denominações evangélicas no país
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Denominado Os Evangélicos, o filme é um projeto dos conceituados cineastas Helena Solberg e David Meyer. Para justificar a atitude de negar à produção a possibilidade de captar recursos via engrenagens estatais, a agência invocou um artigo que proíbe o fomento de conteúdos religiosos e políticos. Mas, de acordo com Meyer, esse artigo foi revogado pela própria agência há tempos. É mais um dos tantos capítulos que deixam muito clara uma política de inviabilização de produção cinematográfica que esteja minimamente desalinhada com os interesses do atual governo federal. Inviabilizar ou criar severas dificuldades para a existência de uma obra que não reza pela cartilha do pensamento do Estado pode ser chamado de outra coisa que não censura? A palavra está com vocês.