Vencedor da Palma de Ouro de Melhor Filme no Festival de Cannes 2024, Anora talvez não fosse a aposta mais certa para a categoria de Melhor Filme no Oscar 2025. Quando os indicados foram revelados, Emilia Pérez, Conclave e O Brutalista eram citados como favoritos. No entanto, os três citados (em especial Emilia Pérez, mergulhado em polêmicas), viram o projeto de Sean Baker tomar a dianteira num período de três dias, se tornando o grande favorito à categoria de Oscar 2025. Mas o que aconteceu nesse meio tempo?
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No último final de semana, Anora garantiu vitórias nas categorias principais de dois importantes troféus promovidos por sindicatos de renome em Hollywood: o PGA Awards e o DGA Awards, composto por produtores e diretores, respectivamente. Ademais, a obra, estrelada por Mikey Madison, também fez bonito no Critics Choice Awards, conceituada premiação de críticos norte-americanos. Mas como essas vitórias impactam na campanha do filme rumo ao prêmio da Academia?
ANORA NO PGA AWARDS
Nesse troféu, em especial, Anora “ganha pontos” rumo ao prêmio de Melhor Filme no Oscar 2025. Isso porque a condecoração dos produtores é realizada no mesmo formato que a Academia. Ambos utilizam o chamado “voto preferencial”, um método que busca premiar um filme com amplo consenso entre os votantes, em vez de simplesmente aquele que tiver o maior número de votos em primeiro lugar. Os votantes não escolhem apenas um filme, mas ranqueiam os indicados em ordem de preferência.
O processo ocorre em rodadas: Contagem inicial: se um filme recebe mais de 50% dos votos como primeira escolha, ele vence imediatamente. Eliminação do menos votado: se nenhum filme atingir essa marca, o candidato com menos votos em primeiro lugar é eliminado. Redistribuição dos votos: os votos do filme eliminado são então redistribuídos para a segunda escolha de cada cédula. Esse processo se repete até que um filme alcance a maioria absoluta (50% + 1 dos votos).
Desta forma, o processo possui tendência a favorecer os filmes com melhor média, ou seja, aqueles que não estão nem entre os “amados” e nem “odiados”. Anora, desde o início, tem se colocado nessa posição, que muitos chamam de “filme consenso”.
ANORA NO DGA AWARDS
No início da corrida, Sean Baker não era considerado favorito ao prêmio de Melhor Direção, embora entre seus concorrentes, não houvesse aposta certa. No entanto, tudo mudou, agora, com a consagração no DGA Awards. Isso porque o DGA e o Oscar de Melhor Direção compartilham relação de grande proximidade, pois ambos são votados por diretores, ainda que com diferenças no colégio eleitoral. O DGA tem um número muito maior de votantes do que a categoria correspondente no Oscar, já que todos os membros do sindicato participam da escolha, enquanto na Academia apenas a divisão dos diretores vota na indicação e, posteriormente, o corpo geral vota no vencedor.
Desde 1950, quando o DGA começou a premiar diretores com regularidade, as coincidências entre os dois prêmios se tornaram notáveis. Em mais de 75% dos casos, o vencedor do DGA levou o Oscar de Melhor Direção. Essa taxa de correspondência solidificou a percepção de que o prêmio do sindicato é o melhor indicador para prever o vencedor da Academia. Nem é preciso ir longe. Em 2024, por exemplo, Christopher Nolan venceu o DGA e, na sequência, garantiu sua estatueta do Oscar por Oppenheimer (2023).
ANORA NO CRITICS CHOICE AWARDS
E Anora não agradou apenas os profissionais do cinema, mas a crítica também. Premiado como Melhor Filme no Critics Choice Awards, o longa ganha uma visibilidade ainda maior dentro da indústria. Vale lembrar que, embora o prêmio em si não seja decisivo, ele demonstra que a performance de Anora está sendo reconhecida e valorizada por um dos grupos mais respeitados de críticos. Isso pode atrair ainda mais a atenção dos membros da Academia, que tendem a olhar para os resultados dessa premiação ao fazer suas escolhas.
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