Um dos maiores produtores da história do cinema brasileiro, Antonio Polo Galante morreu neste domingo, 07, aos 89 anos, em Santa Catarina. A informação foi divulgada na conta oficial do Instagram do Museu da Imagem e do Som de São Paulo (MIS-SP). “Sua paixão pelo cinema e seu comprometimento com a arte o levaram a colaborar com renomados diretores e a incentivar novos talentos ao longo de décadas. (…) Por aqui, Galante será sempre lembrado. O audiovisual ficará com saudades”. Conhecido como A.P. Galante, ele nasceu no interior de São Paulo e teve uma infância difícil nas entidades assistenciais em que foi criado. Mudou-se para a capital paulista em 1954, época em que conseguiu emprego como faxineiro dos estúdios Maristela, local em que rapidamente desempenhou outras funções, como ajudante geral, contrarregra, eletricista e assistente de câmera. Assumiu a posição de produtor em 1967, portanto durante a ditadura civil-militar que estava prestes a endurecer as coisas com a promulgação do Ato Institucional Nº 5 (que aconteceu em 1968).
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Seu primeiro trabalho como produtor foi Vidas Nuas (1967), dirigido por Ody Fraga, e que fez bastante sucesso nas bilheterias. Sua parceria com Alfredo Palácios rendeu a fundação da distribuidora Servicine e, nos anos 1970, A.P. Galante se tornou um dos mais prolíficos produtores da chamada Boca do Lixo – local que se tornou sinônimo de cinema paulistano resistente e autossuficiente durante muitos anos. Por meio de sua empresa, a Galante Produções Cinematográficas, incentivou cineastas maiúsculos como Carlos Reichenbach, Walter Hugo Khouri e Rogério Sganzerla. Foi produtor de A Mulher de Todos (1969), Lúcia McCartney: Uma Garota de Programa (1971), As Deusas (1972), As Cangaceiras Eróticas (1974), Escola Penal de Meninas Violentadas (1977), O Prisioneiro do Sexo (1978), A Ilha dos Prazeres Proibidos (1979) e Anjos do Arrabalde (1987). Seu último trabalho como produtor foi o agora cultuado Cinderela Baiana (1988). Sua trajetória foi contada no documentário O Galante Rei da Boca (2004), de Alessandro Gamo e Luís Rocha Melo.
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