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A Marvel está repensando a sua maneira de agir pós-Os Vingadores, em tempos de multiplicação de séries derivadas na plataforma Disney+ e de novos modos de lançamento devido à pandemia de Covid-19. Com a chegada de Viúva Negra (2021) aos cinemas, Scarlett Johansson encerra a sua participação à frente da personagem que interpreta desde 2010.
Antes, os grandes atores da Marvel (Johansson, Chris Evans, Chris Hemsworth e Samuel L. Jackson) eram obrigados a assinar contratos que previam o retorno à franquia de super-heróis, entre seis e nove filmes diferentes. Isso os levou a recusar outras propostas de trabalho e fazer um extenso trabalho de marketing dos filmes mundo afora. No início, os atores ganhavam salários modestos para a rentabilidade dos filmes (Hemsworth recebeu apenas US$ 150 mil pelo primeiro Thor, 2011). Aos poucos, os ganhos foram reajustados.
No entanto, segundo Kevin Feige, diretor criativo da Marvel Studios, essa era acabou. “Agora, isso varia de projeto a projeto, de ator a ator. De fato, queremos que as pessoas que venham trabalhar conosco fiquem empolgadas com este universo e interessadas em fazer novos filmes, ao invés de permanecerem porque estão obrigadas em contrato”, explicou ao site The Hollywood Reporter.
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Scarlett Johansson como Viúva Negra

Isso significa que os novos filmes de super-herói, como Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis (2021), Os Eternos (2021), Doutor Estranho no Multiverso da Loucura (2022), Thor: Amor e Trovão (2022) e Pantera Negra: Wakanda Forever (2022), entre outros, podem apresentar trocas no elenco ou supressão de personagens caso os atores não estejam contentes com os estúdios e vice-versa.
O gesto se torna uma manobra importante dos produtores neste período: como a Marvel está iniciando uma nova fase repleta de personagens e marcas desconhecidas, dentro de um período onde os cinemas ainda reestabelecem seus ganhos, é melhor para todas as partes que os contratos sejam pontuais, permitindo aos produtores encerrarem alguma franquia prematuramente se necessário. Assim, as sagas de super-herói podem ter mais surpresas e projetos originais para além de tantas continuações e séries derivadas.

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Crítico de cinema desde 2004, membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema). Mestre em teoria de cinema pela Universidade Sorbonne Nouvelle - Paris III. Passagem por veículos como AdoroCinema, Le Monde Diplomatique Brasil e Rua - Revista Universitária do Audiovisual. Professor de cursos sobre o audiovisual e autor de artigos sobre o cinema. Editor do Papo de Cinema.
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