Apple TV+ :: Lançada há cinco anos, plataforma enfrenta reestruturação. Entenda a mudança de rumos do serviço

Publicado por
Victor Hugo Furtado

Apple TV+. A assinatura de canais de streaming pelos domicílios mundo afora já é realidade desde a metade da década de 2010, quando a Netflix viveu sua chamada “Era de Ouro”. Na mesma época, vendo a plataforma do “tudum” reinar sozinha, diversas outras empresas do audiovisual começaram a se movimentar para garantir uma fatia desse mercado. Com a pandemia da Covid-19, a partir de 2020, os investimentos dessas produtoras aumentaram ainda mais, visto que o cinema não era mais uma opção viável. Nesse contexto, além da Netflix, o público também viu outras possibilidades se popularizarem, como o Amazon Prime Video, HBO Max e Disney+.

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Todas essas ainda estão firmes no mercado de assinaturas, mas uma em especial parece estar descontente com o resultados de seus ambiciosos investimentos: a Apple TV+.

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Acostumada a entrar para ganhar em todos os setores em que se envolveu – assim foi no mercado audiofônico (iPod) e nas telecomunicações (iPhone) – a gigante da tecnologia não viu com bons olhos a derrota para a Netflix, que segue como líder absoluta de clientes, algo que suas colegas já aceitaram. O fracasso até era esperado pela Apple TV+, mas dados recentes, revelados em reportagem da Bloomberg, dão conta de que o triunfo da empresa vermelha é mais corpulento do que se esperava.

DERROTA DE GOLEADA EM CASA

O prestígio da Apple TV+ é inegável. Com séries como The Morning Show (2019), Ruptura (2022-) e Ted Lasso (2020-2023), a plataforma conquistou inúmeros prêmios Emmy e incontáveis indicações na mesma premiação. Além disso, é dona de um feito expressivo no mercado cinematográfico, o de ter vencido o primeiro Oscar de Melhor Filme para um projeto original do streaming, com No Ritmo do Coração (2021), no prêmio da Academia de 2022.

Equipe de No Ritmo do Coração (2021) no palco do Oscar 2022

Entretanto, essa notoriedade intelectual não se traduziu em números. Em horas consumidas por clientes nos EUA, o serviço ficou atrás de todos os concorrentes, vencendo apenas a Paramount+. Dessa forma, a Apple TV+ representa escassos 0,2% nos EUA. Globalmente, supõe-se que capture 05% a 07% do mercado. Confira os dados abaixo estimados pela Nielsen Holdings:

TEMPO GASTO EM STREAMING (HORAS):

  • Netflix 31,9 bilhões;
  • Disney+ 5,3 bilhões;
  • HBO Max 2,5 bilhões;
  • Amazon Prime Video 1,9 bilhão;
  • Hulu – 1,1 bilhão;
  • Peacock – 1 bilhão;
  • Apple TV+ – 310,5 milhões;
  • Paramount+ – 243,6 milhões;

Pesquisa feita entre de 03/01/2021 e 03/03/2024.

RÉPLICA DOS RESPONSÁVEIS

Alguns representantes da Apple TV+, no entanto, refutaram alguns números da Nielsen, argumentando que eles podem ser “imprecisos” e que a pesquisa foi medida “apenas nos EUA”. Os mesmos também afirmam que as críticas e análises externas não conseguem capturar as “métricas que importam para a Apple”.

MUDANÇA DE RUMOS

Fato é que, desde sua criação, estima-se que a Apple TV+ tenha investido mais de US$ 20 bilhões em suas produções. No entanto, conforme relatado pela Bloomberg, os executivos da plataforma estão agora focados em “alterar a percepção de que a empresa é a maior gastadora de Hollywood”, fama impulsionada pelos orçamentos significativos do longa Assassinos da Lua das Flores (2023) e da série Mestres do Ar (2024), que custaram US$ 200 milhões e US$ 250 milhões, respectivamente.

Uma “abordagem mais criteriosa na aprovação de projetos e ajustes de orçamentos para filmes e séries serão adotados“. O número de programas renovados também diminuiu significativamente.

Painel Apple TV+

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Fanático por cinema e futebol, é formado em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Feevale. Atua como editor e crítico do Papo de Cinema. Já colaborou com rádios, TVs e revistas como colunista/comentarista de assuntos relacionados à sétima arte e integrou diversos júris em festivais de cinema. Também é membro da ACCIRS: Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul e idealizador do Podcast Papo de Cinema. CONTATO: victor@papodecinema.com.br