Ary Toledo faleceu no último sábado, 12, aos 87 anos de idade, vítima de uma forte pneumonia. O comediante paulista estava há dez dias hospitalizado no Hospital Sírio-Libanês. Famoso por suas anedotas, Ary catalogou, segundo ele próprio, “mais de 65 mil piadas” ao longo da carreira. Toledo, aliás, atuou no cinema e na TV. Relembre!
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Ary Toledo (Ary Christoni de Toledo) nasceu em 1937 na cidade de Martinópolis, interior de São Paulo, e foi criado em Ourinhos. Mudou-se para a capital paulista aos 22 anos, época em que começou a atuar no Teatro de Arena. Escreveu e atuou ainda em várias peças, tendo trabalhado com Gianfrancesco Guarnieri e Augusto Boal. Seu principal parceiro na composição de músicas foi Chico de Assis. Após conhecer Vinícius de Moraes e Elis Regina, foi aconselhado por estes a seguir a carreira de humorista. Seguindo o conselho, passou a apresentar shows em que contava inúmeras anedotas.
Ao longo de sua trajetória, Ary Toledo tornou-se nacionalmente famoso por suas piadas normalmente baseadas em temas sexuais. Apreciadas pelo público, muitas delas se disseminaram por meio de livros, fitas e discos que foram comercializados entre os anos 1960 e 1990. A partir dos anos 2000, seu trabalho foi renovado para as novas gerações com suas piadas sendo dispostas na internet.
TEMAS RECORRENTES
Em seus espetáculos, Ary Toledo explorava vários assuntos. A suposta ingenuidade dos portugueses, a inocência (ou a falta dela) presente nas crianças, a malícia de certos profissionais, tais como médicos, a hipocrisia de líderes religiosos e a falta de decoro dos políticos brasileiros eram alguns deles.
ANOS DE CHUMBO
Durante a ditadura, havia uma espécie de acordo com os censores. Os humoristas evitavam temas políticos e podiam fazer mais humor pornográfico. “Fui detido várias vezes. Quando foi promulgado o Ato Institucional V, eu dizia no show que ‘quem não tem cão, caça com gato e quem não tem gato, caça com Ato'”. Por esta declaração, Ary foi preso, mas liberado pouco tempo depois.
TRABALHO NAS TELAS
Estreou como ator de cinema em 1962, integrando o elenco da aventura O Vigilante Rodoviário, de Ary Fernandes. Pouco tempo depois, Ary Toledo trabalhou em A Hora e Vez de Augusto Matraga (1965). Nas telinhas, chamou atenção do público ao encarnar Jesuíno, personagem da novela Ceará Contra 007. Também esteve em outros filmes como A Compadecida (1969), O Menino Arco-Íris (1983) e Tentação na Cama (1984).
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Ary Toledo, que não teve filhos, foi casado por mais de 40 anos com a atriz, diretora de teatro, crítica musical Marly Marley. Marly, morta em 2014, era conhecida por atuar como jurada do Programa Raul Gil.
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