A Accirs, a Associação dos Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul, divulgou nesta terça-feira, 14, em evento na Cinemateca Capitólio, na cidade de Porto Alegre, os vencedores na sua eleição dos melhores filmes de 2019. Parasita e Bacurau foram eleitos os melhores, respectivamente, da seara internacional e nacional. Quanto ao âmbito gaúcho, A Cidade dos Piratas e Só sei que Foi Assim, na sequência, longa e curta-metragem, foram reconhecidos pela entidade, uma das mais antigas e representativas do Brasil. Na ocasião, o presidente da associação, o jornalista Daniel Feix, leu uma nota de posicionamento institucional diante da possibilidade de contratualização da Cinemateca Capitólio. A mesma, assim como a lista dos vencedores, você confere abaixo:
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Melhor longa-metragem estrangeiro
Parasita, de Bong Joon-ho
2º Lugar: O Irlandês, de Martin Scorsese
3º Lugar: Dor e Glória, de Pedro Almodóvar
Melhor longa-metragem brasileiro
Bacurau, de Juliano Dornelles e Kleber Mendonça Filho
2º Lugar: Temporada, de André Novais Oliveira
3º Lugar: A Vida Invisível, de Karim Aïnouz
Melhor longa-metragem gaúcho:
A Cidade dos Piratas, de Otto Guerra
2º Lugar: Morto não Fala, de Dennison Ramalho
3º Lugar: Legalidade, de Zeca Brito
Melhor curta-metragem gaúcho:
Só Sei que foi Assim, de Giovanna Muzel
2º Lugar (empate): A Pedra, de Iuli Gerbase, e Veraneio, de Nelson Diniz
Desde a sua inauguração, em 2015, a Cinemateca Capitólio se consolida como uma referência em preservação e o lugar por excelência do exercício da cinefilia em Porto Alegre e no Rio Grande do Sul.
As dificuldades financeiras que afetam equipamentos culturais e a própria produção artística do país inteiro têm sido dribladas, na Capitólio, graças a um trabalho competente que alia a guarda da memória audiovisual com a programação de filmes importantes, das mais variadas épocas e procedências, alguns deles raros e até mesmo inéditos nas salas da cidade, do Estado e do país.
Os projetos implementados incluem iniciativas de formação de plateias, festivais, mostras, cursos e encontros nos quais são debatidas questões prementes da nossa sociedade.
É por isso que a Associação dos Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (ACCIRS) se mostra preocupada com o processo de transferência da gestão da cinemateca para uma Organização Social (OS), ou “contratualização”, processo este que tem sido levado a cabo pela prefeitura da capital gaúcha nos últimos meses.
Lembramos que iniciativas semelhantes têm dado resultados negativos do ponto de vista financeiro (como ocorreu com o Museu de Arte do Rio de Janeiro, o MAR) ou de programação (como ocorreu com a Cinemateca Brasileira), o que, caso se repita com a Capitólio, trará consequências desastrosas para a nossa cultura.
Em nome da continuidade de um modelo que mantenha a excelência da cinemateca tal qual ela se apresenta hoje, e vislumbrando o aprimoramento dos resultados conquistados nesses quase cinco anos de atuação, a ACCIRS firma posição contrária às mudanças na forma como elas estão anunciadas e pede que a prefeitura ouça os apelos da comunidade artística e cinéfila gaúcha antes de prosseguir com o projeto nos moldes em que ele está sendo divulgado à sociedade.
Porto Alegre, 14 de janeiro de 2020.
(Fonte: Accirs)
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