As recentes manifestações públicas do presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, contra a ANCINE, a Agência Nacional do Cinema (entenda melhor o caso na primeira notícia relacionada), repercutiram internacionalmente. O The Hollywood Reporter, um dos veículos mais tradicionais na cobertura do cinema, deu como manchete “O setor cinematográfico brasileiro está de braços cruzados com a ameaça de censura de Jair Bolsonaro”. A matéria, assinada pela jornalista Ela Bittencourt, menciona o grande temor dos profissionais da área de que o repúdio do presidente pela atual política da agência seja o começo de um processo de desmantelamento do cinema brasileiro.
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O The Hollywood Reporter também menciona os constantes ataques presidenciais às instituições por ele consideradas excessivamente liberais. A Variety, outro importante veículo norte-americano, cita, na matéria de John Hopewell, o filtro que Bolsonaro disse ser necessário à permanência operacional da ANCINE, citando não estar muito claro do que isso se trata. O site ainda fala sobre o repúdio da classe cinematográfica brasileira e reproduz o que José Padilha disse quando perguntado sobre o assunto: “No sei a que tipo de filtro o presidente Bolsonaro está se referindo. Se ideológico, é um retorno à censura do cinema brasileiro. Quanto à ameaça de fechar a Ancine, não estou surpreso. Trump sabotou todas as agências dos EUA, começando com aquelas dedicadas à ciência, às questões ambientais e à luta contra o aquecimento global”.
Os jornais New York Times e o Washington Post também repercutiram a polêmica, ressaltando que críticos da postura de Jair Bolsonaro e/ou membros da indústria cinematográfica brasileira temem um aumento da supervisão do governo sobre o setor, basicamente no que tange ao conteúdo das produções, visando censura-las previamente.