Internado desde 28 de julho no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, o ator, humorista, escritor e apresentador Jô Soares morreu nesta sexta-feira, 05, aos 84 anos. A causa da morte não foi revelada até o fechamento desta matéria, mas para negar alguns rumores, Anne Porlan, produtora e amiga da família, fez questão de afirmar que a fatalidade nada teve a ver com a Covid-19. “Anne pediu para reforçar uma informação de que o Jô morreu de maneira natural. Ele não tinha nenhum problema com Covid-19. Ela pediu pra que isso fosse reforçado, porque algumas pessoas chegaram a suspeitar e ela reforçou que não. Ele era muito cuidadoso e vinha sofrendo com problemas recorrentes urinários”, informou a repórter Thaís Luquesi, do SPTV da Rede Globo. O enterro e o velório do artista serão reservados a amigos e familiares. Nascido José Eugênio Soares em 16 de janeiro de 1938, filho único do empresário Orlando Heitor Soares e da dona de casa Mercedes Leal Soares, Jô Soares passou parte da adolescência (dos 12 aos 17 anos) estudando na Suíça. Lá se interessou pela arte, mas pretendia seguir a carreira diplomática. Com os problemas financeiros da família, foi obrigado a voltar ao Brasil, onde se aproximou do mundo artístico.
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Nos cinemas, Jô Soares esteve inicialmente em Rei do Movimento (1954), De pernas pro Ar (1956) e Pé na Tábua (1957), mas se destacou em O Homem do Sputnik (1959). Ao todo, participou de 22 filmes, entre os quais se destacam Hitler do IIIº Mundo (1968) e A Mulher de Todos (1969). Jô dirigiu apenas um filme: O Pai do Povo (1976). Na televisão, meio no qual se tornou famoso, participou de inúmeros projetos, sendo os mais memoráveis dentro da seara do humor: A Família Trapo (1966), Planeta dos Homens (1977) e Viva o Gordo (1981). Nos últimos 25 anos, ficou ainda mais conhecido, mas como o principal apresentador de talk-show do Brasil, passando por SBT e Rede Globo. Jô também teve uma prolífica carreira como escritor, seja colaborando com diversas publicações do Brasil como colunista ou mesmo publicando a coletânea de contos O Astronauta sem Regime (1983) e os romances O Xangô de Baker Street (1995) – adaptado para o cinema em 2001 –, O Homem que Matou Getúlio Vargas (1998), Assassinatos na Academia Brasileira de Letras (2005) e As Esganadas (2011). Além disso, Jô teve uma participação fundamental no teatro como ator e dramaturgo, desempenhando também uma carreira brilhante nos palcos.