O ator Luís Gustavo morreu neste domingo, 19, em decorrência de complicações de um câncer no intestino. Filho de pais espanhóis, ele nasceu em Gotemburgo, na Suécia, mas chegou ao Brasil ainda na infância e adotou São Paulo como a sua cidade natal do coração. Sua entrada no mundo das artes se deu atrás das câmeras. Depois de um tempo trabalhando como contrarregra, cinegrafista e auxiliar de iluminação, conseguiu se tornar assistente de direção nos primórdios da televisão brasileira. Foi no teleteatro – formato muito comum quando a TV dava seus primeiros passos no Brasil – que ele estreou como ator. Sua primeira novela foi Se o Mar Contasse, da TV Tupi, veiculada em 1964. Já expandindo sua atuação aos palcos, recebeu em 1967 o prêmio da Associação Paulista de Críticos de Tteatro de Melhor Ator por Quando as Máquinas Param, de Plínio Marcos. Em 1968, participou de uma verdadeira revolução. Beto Rockfeller, na qual viveu o personagem-título, é considerada um divisor de águas e a composição de Luís Gustavo como o anti-herói é tida como transformadora para a atuação em folhetins.
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Um dos personagens recentes mais populares de Luís Gustavo foi o excêntrico Vavá, dono da VavaTur do humorístico Sai de Baixo (1996-2013). Já nos cinemas, o ator teve menos destaque – principalmente pela dedicação à televisão. Ele participou de O Casamento de Romeu e Julieta (2005) e mais discretamente de Sai de Baixo: O Filme (2019), grande parte por conta das dificuldades impostas por seu já debilitado estado de saúde. “Sempre me dediquei à comédia. Na comédia, as crianças são meus grandes professores: testei meus personagens com elas. Se não riam, o personagem não estava pronto. Não há mestre no mundo que se compare a uma aula dessas”, afirmou o ator em depoimento ao site Memória Globo. O homem que passou boa parte da vida na ponte aérea Rio/SP, trabalhando na Globo carioca, mas não deixando de lado a vida na pauliceia desvariada, morreu em sua casa na cidade de Itatiba (SP).