20211110 fatima toledo papo de cinema

Fátima Toledo é um nome frequente nos créditos dos filmes brasileiros pós-Retomada. Uma das mais requisitadas preparadoras de elenco do país, ela foi recentemente elogiada por Wagner Moura durante o programa Roda Viva, da TV Cultura, pela forma como ela preparou o elenco de Marighella (2019). No entanto, os elogios do ator/diretor desencadearam uma reposta indignada assinada pela atriz Denise Weinberg, uma das profissionais mais respeitadas da televisão, do cinema e do teatro brasileiros.”Wagner Moura, com todo respeito, apesar de você morar em Los Angeles (EUA), a pior cidade do mundo para atores de teatro e do ofício, talvez seja boa pra ganhar dinheiro, não posso deixar batido sua opinião no Roda Viva sobre Fátima Toledo (preparadora de elenco, hein?), uma pessoa do mal, que não entende nada sobre nosso ofício, que me provocou uma hemorragia muito séria por suas condições bárbaras de treinamento, dignas de uma fascista e torturadora, não consigo entender sua defesa por esse ser que deveria e já está fora do nosso meio, graças a Deus”, escreveu Denise.

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A manifestação de Denise Weinberg, compartilhada em diversos perfis, suscitou respostas de atores e atrizes que relataram ser desagradável trabalhar com Fátima Toledo. Drica Moraes, por exemplo, se limitou a responder com uma palavra: “péssima”. Já o ator Armando Babaioff foi um pouco além: “Tive uma única experiência e o que posso dizer é que foi extremamente desagradável. Tanto ela, quanto o assistente dela na época. Até hoje penso no que aconteceu naquela sala de ensaio”. Beth Goulart e Amanda Richter foram algumas das personalidades que responderam à publicação original – feita no perfil do diretor teatral Luiz Antonio Rocha – com emojis de concordância com as críticas à Fátima Toledo. Quem mais foi efusivo nas críticas (além de Denise) foi o ator João Pedro Zappa: “É método de tortura e joguinho psicológico infantil, sempre na tentativa de te fazer desmoronar, tentando colocar o elenco em desarmonia, um contra o outro. Passei muitos absurdos e abusos na preparação de um longa da Tata Amaral. Finalmente, depois de oito dias de truculência eu me revoltei, virei um demônio, falei tudo o que pensava e sentia e fui demitido (sem justa causa, claro). A diretora não havia pisado sequer uma vez na sala de ensaio da preparação de seu próprio filme. Uma situação lamentável de todos os lados. Mas o que a Fátima Toledo faz com seu “método” é criminoso. Foi muito bom ler esse texto”, finalizou o jovem intérprete num comentário feito na postagem original.

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Jornalista, professor e crítico de cinema membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema,). Ministrou cursos na Escola de Cinema Darcy Ribeiro/RJ, na Academia Internacional de Cinema/RJ e em diversas unidades Sesc/RJ. Participou como autor dos livros "100 Melhores Filmes Brasileiros" (2016), "Documentários Brasileiros – 100 filmes Essenciais" (2017), "Animação Brasileira – 100 Filmes Essenciais" (2018) e “Cinema Fantástico Brasileiro: 100 Filmes Essenciais” (2024). Editor do Papo de Cinema.

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