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07 maio

Na madrugada desta quinta-feira, 07, a atriz e radialista Daisy Lúcidi morreu em virtude de complicações respiratórias decorrentes do COVID-19, o novo coronavírus. Ela estava internada num hospital da rede particular da zona sul do Rio de Janeiro desde 25 de abril. Daisy descobriu cedo o seu talento para as artes. Debutou nos palcos aos seis anos de idade, no teatro Dulcina, na capital fluminense, na peça Nuvem, de Coelho Neto. No ano de 1941 foi contratada para integrar o elenco infantil da Rádio Tupi, assim começando uma relação com esse meio de comunicação extremamente importante em sua trajetória. Passou também pelas radionovelas da Rádio Globo nos anos 1940. Estreou na televisão na década de 1960, na minissérie Nuvem de Fogo (1963), escrita por Janete Clair e veiculada na extinta TV Rio. Depois de alguns anos, voltou à telinha, desta vez na igualmente extinta TV Tupi, para protagonizar a novela Enquanto Houver Estrelas (1969-1970). Como radialista, profissão que ela desempenhava simultaneamente à atividade de atriz, comandou o programa Alô, Daisy na Rádio Nacional por mais de 46 anos.

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A popularidade conquistada em suas aparições televisivas, mas, principalmente, como apresentadora do seu programa radiofônico popular, centrado na interlocução com cidadãos necessitados de um canal para denúncias do cotidiano, a levou aos cargos eletivos públicos. Daisy Lúcidi tirou uma licença da carreira de atriz para entrar no mundo da política. Foi vereadora e deputada federal pelo Rio de Janeiro durante 18 anos. Cerca de 31 anos depois, voltou ao ofício da atuação na novela Paraíso Tropical (2007), veiculada na Rede Globo. Sobressaiu como a cruel Vó Valentina de Passione (2010), personagem maldosa que explorava suas duas netas. Sua última novela foi Geração Brasil (2014), também exibida na emissora global.

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No cinema, Daisy Lúcidi estreou em 1948 na comédia Folias Cariocas. Mais recentemente, participou do elenco de As Aventuras de Agamenon, o Repórter (2012). Seu último filme foi Vendo ou Alugo (2013), no qual interpretou a personagem Kita.

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Marcelo Müller

Jornalista, professor e crítico de cinema membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema,). Ministrou cursos na Escola de Cinema Darcy Ribeiro/RJ, na Academia Internacional de Cinema/RJ e em diversas unidades Sesc/RJ. Participou como autor dos livros "100 Melhores Filmes Brasileiros" (2016), "Documentários Brasileiros – 100 filmes Essenciais" (2017), "Animação Brasileira – 100 Filmes Essenciais" (2018) e “Cinema Fantástico Brasileiro: 100 Filmes Essenciais” (2024). Editor do Papo de Cinema.

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