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Depois de vários dias internada num hospital da zona sul do Rio de Janeiro, a atriz Nicette Bruno morreu na manhã deste domingo, 20, aos 87 anos. A artista havia sido contaminada com a Covid-19, estava sedada e dependente de ventilação mecânica antes de não resistir. “A Casa de Saúde São José informa que a atriz Nicette Bruno, que estava internada no hospital desde 26 de novembro de 2020, faleceu hoje, às 11h40, devido a complicações decorrentes da Covid-19. O hospital se solidariza com a família neste momento”, diz a nota de divulgação do hospital. Não demorou para que diversas figuras proeminentes das artes no Brasil se pronunciassem em suas respectivas redes sociais e em programas televisivos com manifestações de pesar. Nicette era descrita como uma colega amável que não media esforços para fazer do ambiente de trabalho, além de criativo, extremamente prazeroso.

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Nicette Bruno nasceu na cidade de Niterói, no estado do Rio de Janeiro, em 1933. Sua trajetória artística começou cedo, mais precisamente aos quatro anos de idade, num programa infantil da Rádio Guanabara. Ingressou num grupo teatral aos nove anos, reafirmando sua vocação precocemente identificada para a vida nos palcos e nas telas. Aos 14 anos, venceu o prêmio de atriz revelação da Associação Brasileira de Críticas Teatrais por seu desempenho na montagem de A Filha de Iório. Um pouco mais tarde, aos 19 anos, conheceu o também ator Paulo Goulart, com quem teve um relacionamento de mais de 60 anos. Juntos, tiveram três filhos que seguiram seus passos: Paulo Goulart Filho, Bárbara Bruno e Beth Goulart. Em 1953, o casal fundou o Teatro Íntimo de Nicette Bruno e, mais ou menos no mesmo período, ela começou sua carreira televisiva em teleteatros e recitais na extinta TV Tupi.

Ainda na TV Tupi, participou de grandes sucessos, tais como Meu Pé de Laranja Lima (1970), Éramos Seis (1977) e Como Salvar meu Casamento (1979). Já na Rede Globo, encarnou papeis inesquecíveis em novelas como Selva de Pedra (1986), Rainha da Sucata (1990) e Mulheres de Areia (1993). Todavia, um dos papeis mais marcantes dela na telinha foi a Dona Benta da versão do Sítio do Picapau Amarelo que foi ao ar de 2001 a 2004. Teve uma carreira menos prolífica no cinema, nessa seara se destacando seu trabalho em A Guerra dos Rocha (2008) e, mais recentemente, O Avental Rosa (2018). O corpo de Nicette Bruno será velado nesta segunda-feira, 21, no Crematório da Penitência, no Rio de Janeiro, em cerimônia restrita aos íntimos.

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Jornalista, professor e crítico de cinema membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema,). Ministrou cursos na Escola de Cinema Darcy Ribeiro/RJ, na Academia Internacional de Cinema/RJ e em diversas unidades Sesc/RJ. Participou como autor dos livros "100 Melhores Filmes Brasileiros" (2016), "Documentários Brasileiros – 100 filmes Essenciais" (2017), "Animação Brasileira – 100 Filmes Essenciais" (2018) e “Cinema Fantástico Brasileiro: 100 Filmes Essenciais” (2024). Editor do Papo de Cinema.

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