Ao lado do Globo de Ouro, Critics Choice Awards e outras premiações, o BAFTA é um dos grandes termômetros do Oscar. Na última quarta-feira, 15, foram revelados os indicados ao cobiçado prêmio do audiovisual britânico. Mas o troféu suscita reflexões: qual é o papel histórico e atual do BAFTA no cenário internacional? De que maneira suas escolhas influenciam os rumos da temporada de premiações? E quais surpresas e ausências dessa edição? Siga o fio e saiba mais!
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Fundado em 1947 como British Film Academy, o BAFTA nasceu com o objetivo de celebrar as conquistas do cinema britânico em um cenário global. Ao longo das décadas, a premiação se expandiu para reconhecer também o talento em TV, games e outras formas de expressão, consolidando-se como uma das instituições culturais mais respeitadas do mundo. Com seu icônico troféu dourado em forma de máscara, o BAFTA não apenas reflete a excelência artística do Reino Unido, mas também serve como um espaço para promover a diversidade e fomentar diálogos sobre o futuro da indústria criativa.
Ao longo dos anos, o BAFTA se consolidou como um norte para o Oscar, criando uma conexão direta entre as premiações britânica e estadunidense. Muitos dos vencedores do BAFTA acabam se destacando nas principais categorias do Oscar, refletindo a afinidade das escolhas de ambas as instituições. Embora as características culturais e o público das duas premiações sejam distintos, o BAFTA frequentemente antecipa tendências e revela favoritos.
Para se ter uma ideia, Gandhi (1982), O Paciente Inglês (1996), Gladiador (2000), O Discurso do Rei (2010), e Nomadland (2020) são alguns do filmes que venceram, em diferentes décadas, a categoria de Melhor Filme tanto no Oscar como no BAFTA. Além disso, a proximidade das cerimônias cria um ambiente de intensa especulação, com a premiação britânica funcionando como um estágio preparatório para os artistas que almejam o cobiçado prêmio da Academia.
Emília Pérez garantiu nada menos que 11 indicações ao BAFTA 2025, gerando surpresas, especialmente considerando a polêmica em torno do filme. Lançado com grande expectativa, o longa, que mistura drama e comédia musical, enfrenta críticas relacionadas à apropriação cultural e à representação trans no papel principal. Apesar das discussões sobre o tema tomarem proporções significativas, o projeto conseguiu se destacar, com Karla Sofía Gascón recebendo reconhecimento por sua atuação.
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Em contraste, Fernanda Torres, que recebeu um Globo de Ouro por sua performance em Ainda Estou Aqui (que foi indicado a Melhor Filme Estrangeiro), ficou de fora das indicações ao BAFTA. Em seu lugar, nomes como Cynthia Erivo, por Wicked, e Saoirse Ronan, por The Outrun, foram lembrados. A ausência de Torres, mesmo com seu prêmio recente, pode ser vista como uma decepção. Para chegar ao Oscar, Fernanda terá de repetir o feito de atrizes como Kristen Stewart, de Spencer, e Michelle Williams, de Os Fabelmans, que, em 2022 e 2023, foram indicadas ao Oscar sem passar pelo BAFTA.
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Outra surpresa foi Nicole Kidman. Apesar do desempenho da atriz em Babygirl ter lhe rendido destaque em troféus como o Globo de Ouro, Satellite Awards e National Board of Review, ela não estará no BAFTA. Essas discrepâncias, vale lembrar, revelam como as duas premiações podem ter critérios distintos e preferências diferentes, levando a escolhas que nem sempre coincidem.
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