A atriz Beatriz Segall morreu nesta quarta-feira, 05, aos 92 anos, em São Paulo. Segundo o filho Sérgio Segall, o passamento aconteceu devido a complicações respiratórias. Ainda de acordo com ele, a mãe morreu dormindo, sem dor ou sofrimento.
“Foram 92 anos de uma vida muito bem vivida, como atriz, conhecida do grande público, das grandes novelas, mas também pela contribuição à cultura brasileira como uma enorme pessoa dos palcos. Ela fez todas as grandes peças do teatro brasileiro e internacional. Como pessoa pública, nunca se importou em ter opiniões. Ela fez teatro de resistência durante a ditadura, fez peças de alta qualidade depois disso, quando o país se democratizou. Participou de novelas. Enfim, ela é um exemplo de mulher“, disse Sérgio.
Beatriz teve uma carreira de mais de 70 anos, dedicada especialmente aos palcos e à televisão. Em 1988, viveu o grande papel de sua trajetória, a vilã da novela da Rede Globo Vale Tudo, cuja morte por assassinato lançou uma questão tornada icônica: Quem matou Odete Roitman? Seu trabalho ao longo dos 192 capítulos foi tão marcante, que Odete “a perseguiu” a partir daí. Beatriz constantemente era convidada para interpretar papeis de mulheres refinadas e não raro maléficas.
“Odete Roitman é uma personagem que vai ficar na história; não por um valor meu, mas por tudo o que a novela reuniu. Até hoje sou chamada de Odete na rua. Em Cuba me chamaram de Dona Odete. Criou-se um mito, que atrapalha um pouco, de sempre fazer papel de chique, de bem-vestida. Eu queria fazer o papel de uma mulher bem povão, mas o público não aceitou.”, disse, em certa vez, a atriz.
Nos cinemas, Beatriz fez, entre outros filmes, Pixote: A Lei do Mais Fraco (1981), Desmundo (2002), e Família Vende Tudo (2011).