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Bilheterias crescem no Brasil em 2021, mas cinema nacional sofre forte queda

Publicado por
Bruno Carmelo

A Ancine (Agência Nacional do Cinema) divulgou dados importantes sobre o mercado de cinema no Brasil em 2021, quando os cinemas começaram a reabrir. O estudo decorre dos dados coletados pelo Observatório Brasileiro do Cinema e da Televisão (OCA), e reportados pelo Portal Exibidor. A análise traz duas conclusões importantes: as bilheterias voltaram a crescer em 2021, mas não para filmes brasileiros.
A primeira constatação era esperada. Com o avanço da vacinação na maior parte das cidades, as salas de cinema voltaram a atrair os espectadores, e diversos filmes aguardados, que eram mantidos na gaveta pelos distribuidores, chegaram finalmente às telas. Assim, as bilheterias cresceram 34,8% em relação a 2020, com R$ 839,8 milhões de faturamento em 2021, em relação a R$ 622,7 milhões registrados no ano anterior. Isso significa 48,3 milhões de espectadores (2021) contra 38,6 milhões (2020).
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Em contrapartida, para o cinema brasileiro, a situação foi preocupante. O ano de 2020 registrou 9 milhões de espectadores, principalmente graças a Minha Mãe É uma Peça 3, que conquistou uma bilheteria expressiva nos três primeiros meses do ano, antes da paralisação pela pandemia de Covid-19. Com menos produções nacionais de grande porte em 2021, os números caíram drasticamente, com apenas 700 mil espectadores no ano — sendo 318 mil para Marighella, líder absoluto.
Isso representa uma queda de 92,5% de público e 92% de renda. Vários fatores ajudam a compreender a queda acentuada: a dificuldade de filmes brasileiros em encontrar salas disponíveis, tomadas por blockbusters num mercado sem qualquer regulação, e a opção das majors brasileiras em lançar suas maiores produções diretamente em plataformas de streaming. As comédias populares, carro-chefe das bilheterias nacionais pré-pandemia, foram raras nos cinemas 2021.
Ao menos, 2022 apresenta uma perspectiva de crescimento exponencial. Turma da Mônica: Lições já registra 500 mil espectadores em suas primeiras semanas em cartaz, e filmes como Eduardo e Mônica, Detetives do Prédio Azul 3: Uma Aventura no Fim do Mundo e Vovó Ninja devem contribuir ao crescimento total da renda e do número de espectadores.
Relembre nosso podcast sobre Marighella:

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Crítico de cinema desde 2004, membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema). Mestre em teoria de cinema pela Universidade Sorbonne Nouvelle - Paris III. Passagem por veículos como AdoroCinema, Le Monde Diplomatique Brasil e Rua - Revista Universitária do Audiovisual. Professor de cursos sobre o audiovisual e autor de artigos sobre o cinema. Editor do Papo de Cinema.

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