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Na nova temporada de Black Mirror, um dos episódios que mais dividiu opiniões foi Bête Noire, o segundo da lista. Estrelado por Siena Kelly e Rosy McEwen, a trama segue Maria, uma jovem especialista em confeitaria, que vê seu mundo abalado quando Verity volta ao seu núcleo de convívio. A partir das ações de Verity, ambas criam uma situação insustentável de convivência, que culmina num final, no mínimo, curioso. Afinal, qual foi a mensagem de Charlie Brooker, roteirista da série, para o capítulo? Nós investigamos!  

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BLACK MIRROR: BÊTE NOIRE

Neste episódio de Black Mirror, Maria vê sua realidade desmoronar com a chegada de Verity, uma ex-colega de escola marcada por um passado de bullying. Verity parece conseguir manipular a realidade, fazendo com que Maria questione sua sanidade. À medida que eventos estranhos se acumulam, Maria descobre que está presa em um jogo de vingança e distorção da verdade. 

BÊTE NOIRE: O TERMO

No francês e também adotado no inglês, bête noire é usada para se referir a algo ou alguém especialmente odiado, temido ou evitado, uma verdadeira pedra no sapato. É o tipo de coisa que causa aversão profunda, incômodo constante, ou que representa uma obsessão negativa para alguém. Essa é a representação de Verity na vida de Maria. 

BLACK MIRROR: BÊTE NOIRE, A MENSAGEM

Em Bête Noire, Charlie Brooker mais uma vez explora a complexidade das relações humanas e os limites da tecnologia e da manipulação emocional. A trama é uma investigação sobre como a memória e a percepção podem ser distorcidas, criando um terreno fértil para o conceito de gaslighting. 

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O comportamento de Verity – manipuladora e estratégica – coloca Maria em uma posição de dúvida constante sobre o que é real, levando-a a questionar sua própria sanidade. Isso reflete, de forma perturbadora, os efeitos do gaslighting, uma tática psicológica onde a vítima é levada a duvidar de sua própria percepção da realidade.

Black Mirror :: Bête Noire
Black Mirror: Bête Noire

Além de explorar o gaslighting, o episódio de Black Mirror também trata da violência emocional e do poder do passado. O retorno de Verity à vida de Maria resgata traumas antigos de bullying, agora potencializados por um recurso tecnológico capaz de manipular a realidade. Essa dinâmica entre as duas personagens não apenas toca em questões de abuso emocional, mas também questiona até que ponto a tecnologia pode ser usada para reviver e exacerbar traumas pessoais, em um cenário onde a obsessão por controle é intensificada por ferramentas digitais.

BLACK MIRROR: BÊTE NOIRE, O FINAL

O final de Bête Noire é deliberadamente ambíguo, o que tem gerado grande debate. Maria encontra uma resolução trágica e perturbadora, mas que, de certa forma, oferece uma espécie de alívio ao tirar Verity do centro do conflito. No entanto, a conclusão deixa um sentimento de incerteza, com a dúvida sobre quem realmente controla a narrativa e se a redenção de Maria é verdadeira ou apenas mais uma manipulação. 

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Ao mesmo tempo, também, Maria, embora vítima da manipulação de Verity, também apresenta características de uma personalidade mais assertiva, até um pouco “mandona“, como seu próprio namorado a descreve. Isso adiciona uma camada interessante ao episódio, sugerindo que ela, embora não manipuladora em mesma proporção que Verity, também é capaz de exercer controle em suas relações. 

Black Mirror :: Bête Noire
Black Mirror: Bête Noire

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Fanático por cinema e futebol, é formado em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Feevale. Atua como editor e crítico do Papo de Cinema. Já colaborou com rádios, TVs e revistas como colunista/comentarista de assuntos relacionados à sétima arte e integrou diversos júris em festivais de cinema. Também é membro da ACCIRS: Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul e idealizador do Podcast Papo de Cinema. CONTATO: [email protected]

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