O atual presidente do Brasil, Jair Messias Bolsonaro, embora tenha passado sua campanha inteira afirmando saber pouco de cada área, e que governaria com o suporte de especialistas, parece que, repentinamente, passou a entender de tudo. Desde que assumiu, ele disse em várias ocasiões que interviria na Ancine, a Agência Nacional do Cinema, inclusive mudando sua sede para Brasília, ou seja, retirando-a do Rio de Janeiro. Essa ameaça foi mal recebida pelos profissionais da classe, amedrontados pela possibilidade do órgão ser ainda mais passível de controle ideológico se próximo geograficamente do Planalto. Pois, está acontecendo. Recentemente, um andar inteiro da Ancine no prédio carioca foi desocupado. A estrutura está em processo de migração às instalações da Anatel, na capital federal. Aliás, existe uma proposta de fusão das duas agências, o que certamente as enfraqueceria institucionalmente.
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Jair Messias Bolsonaro, que já afirmou inúmeras vezes seu desejo pessoal de acabar com a Ancine, chegou também a dizer que produções fomentadas com dinheiro público teriam de passar por seu filtro, ou seja, demonstrando uma vontade incompatível com os ideais republicanos. Questionada pelo jornal Correio Brasiliense sobre os motivos da transferência à Brasília, a Ancine afirmou que a medida tem como objetivo economizar dinheiro: “Com essas e outras medidas, a Ancine conseguiu promover uma economia de R$ 8,9 milhões sobre despesas discricionárias relativas à gestão de 2020”. A desocupação do andar na sede do Rio de Janeiro também atenderia a esse desejo, segundo a nota enviada ao jornal: “Trata-se de um novo paradigma de ocupação de espaço físico, tendo em conta a economia administrativa e o regime de trabalho remoto com metas, aprovado pelo Ministério da Economia”. Vamos acompanhar os desdobramentos disso de perto.
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