Nesta quarta-feira, 16, a coletiva de imprensa do longa-metragem Joaquim, único brasileiro na competitiva do Festival de Berlim, foi marcada pela leitura, do próprio diretor Marcelo Gomes, de uma carta aberta e coletiva contra as atuais políticas da Ancine, a Agência Nacional do Cinema. Segundo os signatários, elas podem vitimar gravemente o cinema brasileiro. Onze assinaturas de membros das produções presentes na Berlinale, e mais uma lista de outros 300 apoiadores, firmaram o protesto.
A carta, lida em inglês, pede apoio internacional e divulgação do conteúdo da denúncia contra o “governo ilegítimo” que, segundo ela, vem revendo as políticas sociais do executivo anterior, colocando o cinema brasileiro, especialmente o chamado ‘de arte’, em grande risco. O manifesto ainda diz que nos últimos 14 anos a Ancine favoreceu a diversidade cultural e regional do país – abrangendo, inclusive, o mundo dos videogames, das telesséries e dos filmes mais comerciais – para além do apoio à distribuição.
A conferência já havia tocado em vários momentos em questões políticas, com Marcelo Gomes salientando que o novo governo causava um sério retrocesso – enquanto o produtor José Soares Jr. disse que “quando os direitos sociais são retirados, o cinema é apenas um dos afetados”. O protesto segue uma linha de ações internacionais como a de Cannes no ano passado, na qual a equipe de Aquarius (2016) também criticou duramente o novo governo.
(Fonte: Roni Nunes, correspondente PdC em Berlim)
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