Cacá Diegues é um dos cineastas mais importantes do Brasil. Prócer do Cinema Novo, atravessou as diversas ondas e os humores bravios do cinema brazuca, sempre resistindo e colocando seu nome e experiência a serviço da Sétima Arte. Na semana em que completa 80 anos, ele falou ao jornal O Estado de São Paulo sobre seus próximos planos. Depois de cinco anos sem pisar num set de filmagem – seu último longa foi O Grande Circo Místico (2018) – ele está aproveitando os tempos de pandemia para agilizar os detalhes de suas próximas incursões pela telona, ambas submetidas em 2019 à ANCINE e rejeitadas de acordo com parâmetros nem sempre claros. Uma delas é Deus Ainda é Brasileiro, sequência direta de Deus é Brasileiro (2003), comédia em que Antônio Fagundes interpretou Deus.
A segunda dessas tentativas é O Último Imperador do Brasil, roteiro herdado do amigo falecido e saudoso Nelson Pereira dos Santos sobre as desventuras de D. Pedro I. Voltando à Deus Ainda é Brasileiro, o texto foi escrito pelo colega de Cacá Diegues na Academia Brasileira de Letras, Geraldo Carneiro, e segundo o cineasta dá conta das transformações pelas quais o Brasil passou nos últimos 17 anos, ou seja, desde o primeiro filme de Fagundes como o Todo-Poderoso. Ao repórter do Estado de São Paulo, Cacá disse que chegou a se sentir perseguido pela gestão anterior da ANCINE, esta que negou apoio a ambos os projetos, não colocando na balança uma história de vida dedicada ao cinema brasileiro. Sua ideia é voltar à carga para tirar ambos as ideias do papel. Torcemos daqui.
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