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Cats :: Equipe de efeitos visuais realmente apagou os ânus do filme

Publicado por
Bruno Carmelo

Quem teve a surpresa de assistir a Cats (2019), adaptação do musical de sucesso da Broadway, se deparou com humanoides-felinos de aparência muito estranha. Por um lado, os personagens têm dedos humanos, torsos masculinos e seios femininos. Por outro lado, as genitálias foram apagadas, e os bichos apresentam rabos e orelhas de gatos. Enquanto alguns gatos andam em quatro patas, outros só ficam em pé.

Pouca coisa faz sentido na caracterização dos Jellicle Cats, no entanto é ainda mais surpreendente descobrir que um estranho rumor das redes sociais estava correto: os ânus dos personagens foram de fato apagados pela equipe de montagem e de efeitos visuais. Alguns meses atrás, o rumor de que haveria uma “Butthole version”, ou seja, uma versão com ânus aparentes, apareceu na Internet, o que levou à hashtag #ReleaseTheButtholeCut.

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O site Daily Beast fez sua própria investigação, confirmada pelo Collider, com a equipe que trabalhou no projeto. Um editor, que preferiu permanecer anônimo, confessou: “Quando estávamos assistindo ao material, ficamos espantados: ‘Gente, o que é isso aqui? Vocês estão vendo?’. Nós pausamos. Depois chamamos o nosso supervisor e dissemos ‘Tem ânus aqui! São ânus! Não estavam tão aparentes mas dava para ver… E todos pensavam ‘Que droga é essa, existem ânus aqui’. Não era nada exagerado, mas quem prestasse atenção, acabaria vendo”.

Aparentemente, este descuido e outros problemas decorrem das inúmeras brigas nos bastidores. Fontes do Collider apontam que o diretor Tom Hooper hostilizava a equipe, e não sabia trabalhar com efeitos digitais, sendo incapaz de avaliar os croquis ainda não finalizados. Aparentemente, o cineasta pediu para a equipe produzir imagens reais de gatos efetuando ações do filme para servirem de base para os animadores. “Mas gatos não dançam”, lembra o animador desanimado.

Cats recebeu críticas catastróficas (inclusive do Papo de Cinema), e arrecadou míseros US$73 milhões no mundo inteiro, apesar de trabalhar com um orçamento inicial próximo de US$100 milhões. O musical foi o grande “vencedor” do Framboesa de Ouro, destinado às piores produções do ano, levando os troféus de pior filme, pior diretor, pior ator coadjuvante (James Corden), pior atriz coadjuvante (Rebel Wilson), além de “pior combo” e pior roteiro.

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Crítico de cinema desde 2004, membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema). Mestre em teoria de cinema pela Universidade Sorbonne Nouvelle - Paris III. Passagem por veículos como AdoroCinema, Le Monde Diplomatique Brasil e Rua - Revista Universitária do Audiovisual. Professor de cursos sobre o audiovisual e autor de artigos sobre o cinema. Editor do Papo de Cinema.

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