Censura :: Netflix exclui filmes em Turquia e Singapura por pressão dos governos

Publicado por
Bruno Carmelo

No último ano, o filme francês Mignonnes (2020) gerou forte controvérsia mundial pelo retrato supostamente sexualizado de crianças. No Brasil, grupos conservadores liderados pela Ministra Damares Alves criticaram a exibição do filme, aparentemente sem terem assistido ao conteúdo que repudiavam. Em nossa crítica e no nosso podcast a respeito, os editores do Papo de Cinema explicam porque as acusações eram infundadas.

No entanto, em outras partes do mundo, o caso teve efeitos concretos. A cada ano, a Netflix se compromete a divulgar os títulos excluídos de seu catálogo em cada país, por ordem dos governos locais. Segundo apuração da Folha de São Paulo, o caso mais grave se encontra em Singapura, onde o governo proíbe qualquer menção ao uso de drogas (acreditando, aparentemente, que parar de discutir o assunto resolverá o problema).

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Maior Viagem: Uma Aventura Psicodélica

 

Neste país, sete obras foram censuradas e retiradas do serviço de streaming em 2020, incluindo o documentário Maior Viagem: Uma Aventura Psicodélica (2020), que traz confissões de celebridades sobre suas experiências com drogas,  e o reality show Receita da Boa (2020), no qual chefs de cozinha preparam pratos à base de maconha. Os cinco outros títulos suprimidos em Singapura também faziam menção a drogas ilícitas.

Na Turquia, em contrapartida, o principal alvo foi Mignonnes, censurado ao público local por ordem do governo conservador. Além desta produção, um capítulo da série de ficção Designated Survivor foi excluído. Na trama, o presidente fictício da Turquia negociava a situação política de um líder da oposição, em caso que dialogou com medidas reais adotadas pelo presidente.

Vamos torcer para esta iniciativa não chegar aos ouvidos do governo federal brasileiro…

As duas abas seguintes alteram o conteúdo abaixo.
Crítico de cinema desde 2004, membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema). Mestre em teoria de cinema pela Universidade Sorbonne Nouvelle - Paris III. Passagem por veículos como AdoroCinema, Le Monde Diplomatique Brasil e Rua - Revista Universitária do Audiovisual. Professor de cursos sobre o audiovisual e autor de artigos sobre o cinema. Editor do Papo de Cinema.

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