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CEO da Netflix explica decisão de ignorar os festivais no segundo semestre de 2020

Publicado por
Marcelo Müller

Estamos ainda tentando entender de que maneiras as gigantes do streaming estão mexendo profundamente com o jogo do cinema a nível mundial. Prova disso, as controvérsias em torno da consideração das produções feitas diretamente para plataformas online às premiações tradicionais, tais como o Oscar, ou mesmo a participação desses filmes que não passarão pelas telonas em festivais de cinema mundo afora. Em 2020, some a tudo isso um cenário absolutamente atípico por conta da pandemia do Covid-19 e temos ainda mais incertezas. Diante de um panorama em que alguns eventos simplesmente foram cancelados, outros migraram para o virtual e no qual alguns apostam na viabilidade do presencial, a Netflix decidiu simplesmente não participar de festivais no segundo semestre de 2020. Um dos CEO da Netflix, Ted Sarandos explicou essa decisão estratégica ao IndieWire.

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“Tivemos de tomar essa decisão ainda em março pois, naquela época, as coisas já pareciam sombrias. A ideia de reunir pessoas para ir às montanhas assistir a filmes em pequenas salas escuras não parecia muito atraente. Achamos que ter cineastas gastando tempo em salas de edição em vez de estar com suas famílias provavelmente não teria uma grande compensação. Há muitas coisas que não vão acontecer este ano. A urgência dos festivais de cinema não parecia superar isso”. Por um lado, consideramos Sarandos uma “fada sensata”, exatamente por não estar fazendo coro com parte da indústria do entretenimento que defende a reabertura dos cinemas e a realização dos festivais apesar dos números alarmantes de infectados e mortos. Mas, por outro, é conveniente para ele ter essa postura, já que o isolamento social não afeta (bem pelo contrário) o negócio principal da sua empresa.

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Jornalista, professor e crítico de cinema membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema,). Ministrou cursos na Escola de Cinema Darcy Ribeiro/RJ, na Academia Internacional de Cinema/RJ e em diversas unidades Sesc/RJ. Participou como autor dos livros "100 Melhores Filmes Brasileiros" (2016), "Documentários Brasileiros – 100 filmes Essenciais" (2017), "Animação Brasileira – 100 Filmes Essenciais" (2018) e “Cinema Fantástico Brasileiro: 100 Filmes Essenciais” (2024). Editor do Papo de Cinema.