Chadwick Boseman doou parte do salário de Crime Sem Saída a Sienna Miller

Em 28 de agosto, o mundo do cinema foi pego de surpresa pela notícia do falecimento de Chadwick Boseman, intérprete do Pantera Negra (2018). O ator lutava há anos contra o câncer, mas tinha escondido sua condição médica. Além do trabalho no cinema, ele foi um importante porta-voz contra o racismo, e dedicou tempo considerável a trabalho em instituições de caridade.

Agora, Sienna Miller divulgou a preocupação do ator com a igualdade salarial entre homens e mulheres. Foi Boseman quem a convidou a interpretar o papel feminino principal de Crime Sem Saída (2019). No entanto, a primeira resposta da atriz foi negativa: “Ele era fã do meu trabalho, o que me deixou empolgada, já que eu o admirava enormemente. Ele veio até mim e me ofereceu este filme, mas era um momento em que eu realmente não queria trabalhar mais. Eu estava exausta, trabalhando sem parar, mas queria trabalhar com ele”, ela explicou em entrevista à revista Empire.

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Miller pediu um salário que os produtores não concordaram em pagar, mas Boseman, enquanto produtor executivo, interveio e decidiu abrir mão de parte de seu salário para que ela recebesse a quantia exigida. “Foi uma das coisas mais surpreendentes que eu experimentei. Esse tipo de coisa nunca acontece. Ele disse: ‘É claro que você vai receber este valor, porque é isso que você merece’. É impossível imaginar outro homem nesta cidade agindo com tanta cortesia e respeito”.

Segundo a atriz, ninguém na equipe pretendia tornar o caso público, mas após a morte do colega, ela estimou justo que as pessoas conhecessem o gesto do ator. Boseman tinha concluído sua participação no filme Ma Rainey’s Black Bottom (2021), e deveria retomar o papel do Pantera Negra na sequência da Marvel. Já Sienna Miller deve atuar na série Anatomy of a Scandal, apesar de ter abandonado o papel na comédia Hippie Hippie Shake (2021).

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Bruno Carmelo

Crítico de cinema desde 2004, membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema). Mestre em teoria de cinema pela Universidade Sorbonne Nouvelle - Paris III. Passagem por veículos como AdoroCinema, Le Monde Diplomatique Brasil e Rua - Revista Universitária do Audiovisual. Professor de cursos sobre o audiovisual e autor de artigos sobre o cinema. Editor do Papo de Cinema.

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