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Chico Liberato, cineasta e artista plástico, morre aos 87 anos

Publicado por
Marcelo Müller

Morreu nesta quinta-feira, 05, o cineasta e artista plástico Chico Liberato, aos 87 anos. A morte foi confirmada por uma de suas filhas, a atriz Ingra Liberato. Segundo ela, seu pai estava internado num hospital de Salvador, capital da Bahia, e nas últimas 48 horas ela e seus quatro irmãos foram chamados em virtude do estado crítico da saúde de Chico. “Amores, essa madrugada meu pai amado Chico Liberato fez a passagem. Emoção que nunca tive antes… muitas lágrimas de gratidão por ser sua filha primogênita e o sentimento de que sua luz está mais forte que nunca dentro de mim. Há 48 horas recebemos o chamado para vir a Salvador nos despedir e ontem estávamos todos os 5 filhos reunidos para esse fim, regido sempre por um dos protetores da família, Senhor do Bonfim.
Depois de ter tido a sorte de passar o mês de dezembro ajudando nos cuidados com ele, ontem tive a oportunidade divina de cantar muito pra ele e dar bastante carinho e xamego. A despedida foi no hospital onde ele se tornou pai. Onde nos vimos pela primeira vez no meu nascimento”, escreveu a atriz numa postagem em seu perfil do Instagram.

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Chico Liberato foi diretor do Museu de Arte Moderna da Bahia e, na companhia de Juarez Paraíso, organizou a primeira Bienal de Artes do estado. Além disso,  foi diretor do Departamento de Imagem e Som da Bahia (DIMAS), instituição na qual se aposentou. Nos anos 1970, Chico Liberato participou da cena efervescente do cinema em Super-8 e foi pioneiro no cinema de animação da Bahia. Talvez o seu maior feito na Sétima Arte seja o longa-metragem animado Boi Aruá (1984), feito com quase 30 mil desenhos quadro a quadro e estética inspirada na xilogravura de literatura de cordel, vencedor do Prêmio UNESCO como Referência de Valores Culturais para Infância e Juventude. Além disso, ele assinou a iconografia da Jornada de Cinema (cartazes, logotipia e troféu). Seu último filme como realizador, Ritos de Passagem (2014), tem personagens baseados em Antônio Conselheiro e Lampião, foi exibido na Première Brasil do Festival do Rio de 2014, concorreu ao prêmio Platino e ao Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, ambos na categoria de Melhor Animação.

Boi Aruá
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Jornalista, professor e crítico de cinema membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema,). Ministrou cursos na Escola de Cinema Darcy Ribeiro/RJ, na Academia Internacional de Cinema/RJ e em diversas unidades Sesc/RJ. Participou como autor dos livros "100 Melhores Filmes Brasileiros" (2016), "Documentários Brasileiros – 100 filmes Essenciais" (2017), "Animação Brasileira – 100 Filmes Essenciais" (2018) e “Cinema Fantástico Brasileiro: 100 Filmes Essenciais” (2024). Editor do Papo de Cinema.