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08 dez

A decisão da Warner Bros. de lançar seus filmes programados para 2021 simultaneamente nos cinemas e no seu serviço de streaming, o HBO Max, vem causando realmente bastante controvérsia – sobre isso, ler uma das matérias nas notícias relacionadas abaixo. E, claro, a imprensa internacional iria esfomeada para saber a opinião de Christopher Nolan, um dos principais colaboradores da Warner (além de defensor ferrenho da experiência nas salas de cinema) sobre essa polêmica toda. E o britânico, depois de elogiar protocolarmente o selo tradicional, demonstrou não ter papas na língua para criticar negativamente essa postura mercadológica numa entrevista ao site Entertainment Weekly Online. “Em 2021 eles têm alguns dos maiores cineastas e estrelas à disposição, que trabalharam, às vezes por anos, em projetos para serem vistos na telona (…) É uma bagunça muito, mas muito grande. Se trata de propaganda enganosa. Não é desse modo que se trata cineastas, estrelas e pessoas que batalharam arduamente nos projetos. Eles mereciam ser consultados sobre o destino de seus trabalhos”.

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Na mesma entrevista, Christopher Nolan chamou o HBO Max de “um incipiente serviço de streaming” e arrematou, afirmando que a Warner Bros. “está, enquanto falamos, desmontando sua máquina incrível de distribuição nos cinemas e no home vídeo. Eles nem mesmo entendem o que estão perdendo. Essa decisão nem faz sentido do ponto de vista econômico. Até mesmo o mais inexperiente e casual investidor de Wall Street pode ver a diferença entre ruptura e disfunção”. Vale lembrar que Nolan já não tinha ficado necessariamente confortável com o fato do estúdio internamente ter considerado um fracasso o lançamento de Tenet (2020), um dos carros-chefes da reabertura dos cinemas durante a pandemia do Covid-19, especialmente nos Estados Unidos.

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Marcelo Müller

Jornalista, professor e crítico de cinema membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema,). Ministrou cursos na Escola de Cinema Darcy Ribeiro/RJ, na Academia Internacional de Cinema/RJ e em diversas unidades Sesc/RJ. Participou como autor dos livros "100 Melhores Filmes Brasileiros" (2016), "Documentários Brasileiros – 100 filmes Essenciais" (2017), "Animação Brasileira – 100 Filmes Essenciais" (2018) e “Cinema Fantástico Brasileiro: 100 Filmes Essenciais” (2024). Editor do Papo de Cinema.

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